Sociedade Sair cedo para sofrer

Sair cedo para sofrer

As artérias da região, que compreende as cidades de Maputo e Matola bem como os seus arredores, registaram, entre as 12.00 e 14.00 horas, um congestionamento fora de comum derivado da saída simultânea dos trabalhadores e estudantes. Todos com o mesmo intuito: sair logo para casa ou igreja por ocasião da tolerância de ponto concedida no quadro da Sexta-feira Santa. E as consequências não se fizeram esperar!

O tráfego rodoviário praticamente parou. Longas filas de viaturas formaram-se em diversos pontos das duas urbes e os cruzamentos bloqueados, por um lado, devido a falhas no funcionamento de certos semáforos e, por outro, nervosismo e pressa por parte de automobilistas de chegarem mais cedo à casa.

Sofrimento idêntico foi testemunhado nas principais paragens dos transportes semicolectivos de passageiros, “chapa”, onde um mar de gente disputava o já conhecido insignificante número de viaturas. Se nos outros momentos é ainda possível gerir o cenário, em dias como ontem, em que os serviços e empresas fecharam ao mesmo tempo e os cidadãos impelidos a sair imediatamente para casa, o problema da falta de estradas práticas e de um sistema de transporte eficaz para escoar o volume de necessitados veio ao de cima.

Sair cedo para sofrer

E, avaliando pelos projectos, a solução não está para tão já. Algumas correntes consideram que nem a estrada circular de Maputo em perspectiva responderá a esta situação de congestionamentos nas entradas e/ou saídas do centro da cidade de Maputo, bem como na sua ligação com a Matola.

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Os investimentos feitos na Empresa Municipal de Transportes de Maputo em nada mudaram e nem há sinais de melhorias com a compra de mais autocarros para aquela firma. A Empresa Municipal de Transportes da Matola apenas ainda existe de ponto de vista formal.

A nível da cidade de Maputo, embora o congestionamento tenha se feito sentir em toda a sua área, foi mais intenso à saída do centro da capital, por sinal a zona que concentra maior número de instituições, empresas e serviços, para a periferia e Matola.

Nesta área da urbe, os automobilistas levavam mais de trinta minutos a percorrer trezentos metros. Houve casos de cidadãos que às 12.00 horas saíram dos seus escritórios nas imediações do Prédio 33 andares em direcção à Matola, mas até cerca das 13.00 horas ainda não tinham chegado ao Hospital Geral José Macamo.

Outros que saíam da mesma zona levaram uma hora e meia para chegar a pontos como o bairro da Malhangalene, uma distância que normalmente se faz em dez minutos.