Internacional Africa BRICS vai reforçar voz dos países em desenvolvimento – segundo Tomaz Salomão

BRICS vai reforçar voz dos países em desenvolvimento – segundo Tomaz Salomão

O termo BRIC foi criado em 2001 pelo economista inglês Jim O’Neill para fazer referência a quatro países Brasil, Rússia, Índia e China. Em Abril de 2001 foi adiciona a letra “S” em referência à entrada da África do Sul. Desta forma, o termo passou a ser BRICS.

Falando a jornalistas moçambicanos que cobrem a V Cimeira do BRICS, a decorrer desde terça-feira e que hoje termina na cidade sul-africana de Durban, Salomão enalteceu a iniciativa dos seus mentores que, segundo ele, vai permitir que os cinco países apresentem uma posição concertada em matérias que dizem respeito não só aos respectivos países ou regiões de que são oriundos, mas de todos os países em desenvolvimento.

Neste contexto, segundo Salomão, esta plataforma vai trabalhar na advocacia dos países em desenvolvimento e reforçar as posições dos desfavorecidos em fóruns internacionais.

“Esses países representam, muitas vezes, os respectivos continentes em diferentes fóruns, seja ao nível de G8, seja ao nível de G20 e é útil que concertem as posições de maneira a apresentarem-se, nesses fóruns, não com discursos desconcertados, mas com discursos que reflectem aquilo que são as preocupações relativas aos respectivos países bem como as preocupações relativas aos continentes donde provêm. Nesse sentido, essa plataforma cria esse espaço para que as nossas vozes sejam ouvidas nesses fóruns”, disse Salomão.

Para o secretário executivo da SADC, o pressuposto defendido pelo BRICS está em concordância das posições de África, que coloca a questão de infra-estruturas no rol das prioridades no grande desafio de impulsionar as trocas comerciais no continente.

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BRICS vai reforçar voz dos países em desenvolvimento - segundo Tomaz Salomão

Aliás, no fórum de negócios realizado esta terça-feira no âmbito da V Cimeira do BRICS a questão de infra-estruturas norteou os debates na perspectiva de que estas são um instrumento de facilitação da circulação de pessoas e bens e, por via disso, para o reforço das trocas comerciais.

“É uma plataforma importante que pode confirmar aquilo que temos vindo a dizer de que o futuro do continente, a melhoria das condições de troca, o reforço das trocas comerciais no continente só pode acontecer se a qualidade das nossas infra-estruturas melhorar, nomeadamente estradas, sistemas de telecomunicações, sistemas de transporte marítimo, portos, ferrovias, gestão de águas, aeroportos, para citar alguns”, disse.

Sobre a decisão do grupo de criar um banco, Salomão disse acreditar que a razão disso está no entendimento de que o desenvolvimento deve ser financiado não só por recursos provenientes dos cofres do Estado, mas também por recursos providenciados por instituições financeiras criadas para o efeito.

“Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul estão localizados em cinco regiões de continentes completamente diferentes. Ao decidirem criar um banco acho que não é apenas para financiar as iniciativas nos seus países, mas, acima de tudo, iniciativas nas regiões onde se encontram, com o objectivo final de impulsionar as trocas comerciais”, afirmou.

Na ocasião, Salomão minimizou as reservas do Ocidente sobre o sucesso do BRICS afirmando que “o Ocidente é livre de fazer pronunciamentos que pretende fazer”.