Sociedade Meio Ambiente Zambézia – Mocuba: Nem obras de emergência resolvem questão de água

Zambézia – Mocuba: Nem obras de emergência resolvem questão de água

Zambézia - Mocuba: Nem obras de emergência resolvem questão de água
As obras de emergência, que iniciaram em finais de Setembro último, consistem, fundamentalmente, em intervenções consideradas pontuais como, por exemplo, a reabilitação da estação de tratamento, colocação de novas bombas, sistema de decantação de água por forma fornecer o precioso líquido vinte e quatro horas e aumentar a produção dos actuais mil trezentos metros cúbicos para mais 2880 metros cúbico para elevar a capacidade para 807 novas ligações.
A obra de emergência, que está a ser executada por uma empresa polaca, a PBG SAS, tem como previsão para sua conclusão em Março do próximo ano mas ao que tudo indica as mesmas poderão sofrer um adiamento.
A nossa Reportagem que trabalhou há dias naquela cidade deslocou-se à estação de captação e bombagem para se inteirar do trabalho em curso tendo observado que o problema é grave, nomeadamente vimos munícipes a disputar espaço. Enquanto uns, lavavam a roupa, outros lavavam a loiça, tomavam banho, outros cartavam água para as necessidades diárias e outros ainda lavavam viaturas no mesmo local.
O Presidente do Concelho Municipal de Mocuba, Rogério Gaspar, disse que com a actual situação, associada às chuvas que inundaram latrinas e casas, a saúde pública está em perigo, o que inferniza a vida daqueles cidadãos.
Segundo ainda Rogério Gaspar, a actual rede, considerada obsoleta, está ser gerida pela empresa Água de Mocuba que enfrenta vários problemas de gestão do sistema, para além de que ele funciona a conta gota, ou seja, se jorrar água hoje nas torneiras dos munícipes podem ficar noutros dias ou meses sem água, sendo a única salva vida o recurso aos rios Licungo e Lugela que atravessam a urbe.
O Concelho Municipal local tem apoiado a empresa na compra de algumas componentes, nomeadamente electrobombas, cloro para o tratamento de água, entre outros. Todavia, o sistema está constantemente a avariar, o que tira sono ao executivo de Rogério Gaspar, que, desta vez, quis dizer tudo o que sentia ao Ministro das Obras Públicas e Habitação ao afirma que a reabilitação não vai resolver a promessa de levar água de qualidade aos munícipes daquela urbe, onde todos os caminhos se cruzam e Moçambique se abraça.
Consumidores Agastados
Na estação de captação e bombagem a nossa Reportagem conversou com alguns munícipes sobre como têm vivido a crise de água. Amélia Trindade, 30 anos de idade, encontrava-se no local com a filha com dois recipientes para cartar água no rio Lugela. Explicou que a água depois de retirada no rio mesmo fervendo-a e tratando-a com Certeza não muda de cloração e, qualquer individuo que for à sua casa pedir a água para matar a sede, sente alguma estranheza pela tonalidade de café misturado com leite. “ Se nos prometeram água durante a campanha eleitoral, então, é obrigação do governo resolver o problema; não há desculpas aqui”, disse a nossa entrevistada visivelmente agastada com a situação.
Um outro munícipe abordado pela nossa Reportagem no local é Julião Marques de Azevedo, empresário de restauração. Afirmou que nas torneiras do seu restaurante não jorra água há 20 anos e viu-se obrigado a montar um sistema para dar água para tomar banho aos seus clientes e lavagem das mãos. Disse que, mesmo assim, para o referido sistema funcionar é preciso ir com o seu tractor e tambores maiores no rio Licungo para cartar água. “Já tive clientes que compraram água mineral para tomar banho porque desconfiaram a que saia do chuveiro”, disse para depois acrescentar que a situação de água em Mocuba é grave e se o hospital rural não fica abarrotado de doentes com diarreias, “só porque Deus é que protege os seus filhos”.
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