A cidade do Chókwè e áreas circunvizinhas como Guijá, Macarretane e outros pontos ao longo do Limpopo são os que foram duramente atingidos pela fúria destruidora das águas.
Informações facultadas ontem à nossa Reportagem pelo delegado interino da Administração Nacional de Estradas em Gaza, Adalberto Mahumane, retratam um quadro desolador da intransitabilidade de pelo menos seis vias estratégicas, nalgumas das quais ainda não é possível fazer a avaliação porque continuam submersas.
Trata-se dos troços Caniçado/Chicualacuala, onde, porém, já decorrem trabalhos visando a asfaltagem da rodovia numa extensão de mais de 300 quilómetros, para além dos casos de Mapai/Machaila, Caniçado/Massangena, Caniçado/Chibuto, Chibuto/Chissano e Chibuto/Chigubo, via Alto Changane.
Segundo a nossa fonte, os danos de vulto registados nessas rodovias, são caracterizados essencialmente por cortes, subida de água dos rios, o que veio concorrer para o agravamento dos naturais problemas de erosão, entre outros. Neste momento decorrem esforços visando repor a via Chissano/Chibuto por servir de alternativa à Estrada Nacional Número Um.
O nosso Jornal esteve no Chókwè e testemunhou que a Estrada Regional 448, que estabelece a ligação entre a cidade do Chókwè e Macarretane, asfaltada recentemente, está praticamente irreconhecível. Cerca de 10 quilómetros de asfalto do troço que separa Manjangue, sede do posto administrativo de Macarretane à Aldeia da Barragem, foram removidos do ponto inicial para uma distância de cerca de cinco metros.
Um grupo de empresários da região fez uma pequena intervenção visando restabelecer a circulação provisória, mas mesmo assim a movimentação é apenas possível através de viaturas com tracção às quatro rodas. Por exemplo, Luís de Almeida, comerciante no distrito de Massangena, teve que recorrer ao vizinho distrito de Machaze, já na província de Manica, para escoar produtos alimentares através do rio Save, evitando, deste modo, a ruptura de “stocks” no mercado local.
A linha férrea que liga ao vizinho Zimbabwe, numa extensão de cerca de 300 metros, também não escapou à onda demolidora das águas, facto que já está a causar prejuízos incalculáveis aos Caminhos de Ferro de Moçambique, que ainda recentemente acumulou prejuízos, quando parte da linha ficou suspensa, devido à erosão, no início das chuvas diluvianas na cidade de Maputo.
No Regadio Eduardo Mondlane, no Chókwè, registamos inúmeros rombos ao longo do canal principal, facto que poderá condicionar a produção agrícola por largos meses, numa altura em que se investia para a máxima exploração do seu potencial produtivo.
As autoridades de Gaza defendem, todavia, a necessidade de se caminhar para uma solução duradoura para Chókwè e Xai-Xai, que passa pela construção de um dique de defesa à altura da actual realidade ditada pelas mudanças climáticas, enquanto se buscam fundos para a almejada construção da futura barragem em Mapai, no distrito de Chicualacuala.