Embora, um significativo número de agregados familiares continue ao relento por falta de tendas ou lonas, o maior desafio das autoridades neste momento é alocar insumos agrícolas à população para que possa urgentemente aproveitar a humidade dos solos e recuperar a produção levada pelas inundações.
Se há duas semanas, a preocupação era como alimentar as cerca 12.300 famílias, num total de 78.400 cidadãos, que se encontram em Chihaquelane, a mais ou menos 25 quilómetros de Macia em direcção a vila de Chókwè, hoje as frentes são outras e têm uma visão futurista, dado que incluem material de construção e parcelamento de talhões. O drama de falta de comida vem sendo colmatado pela intervenção de vários parceiros, entre agências internacionais e empresários nacionais.
Alias ontem, um grupo de empresários sedeado na cidade de Maputo, em parceria com o Gabinete da esposa do Presidente da República, ofereceu 50 toneladas de produtos alimentares diversos, materiais de higiene, roupas e material escolar aos afectados pelas cheias acolhidos naquele centro.
A chegada do donativo, transportado em 16 camiões e algumas viaturas turismo, foi bastante ovacionada pelos afectados, que, tendo perdido quase tudo nas cheias de Chókwè e de outras regiões circunvizinhas, dependem da boa vontade dos restantes moçambicanos e não só para reerguer as suas vidas praticamente do zero.
Falando aos afectados, Maria da Luz Guebuza, reiterou que ainda não é chegado o momento de voltarem às zonas de origem porque isso pode gerar mais desgraças, uma vez que continuamos na época chuvosa.
Aconselhou a população a acompanhar os avisos e alertas das autoridades e a cuidarem devidamente das acrianças, mulheres grávidas e idosos.
“Apesar da situação em que se encontram, os pais devem velar pelas crianças para que continuem a estudar”, disse acrescentando que “tenham coragem e esperança para reconstruir tudo que perderam”.
Por sua vez, Alberto Libombo, disse que foi identificada uma área de 20 hectares em Chihaquelane, onde já foram parcelados pouco mais de 130 talhões. A ideia é atribui-los aos residentes das zonas baixas de Chókwè, cujas casas foram totalmente destruídas pelas águas do Limpopo.
Falou ainda de outras zonas em Hokwe e Mapapa, onde se prevê urbanizar para reassetar os afectados agora em Chihaquelane, estando-se agora a mobilizar os parceiros para ajudar as vítimas em materiais de construção.