Sociedade Meio Ambiente Vitimas das enxurradas – A dor da perda e da incerteza

Vitimas das enxurradas – A dor da perda e da incerteza

Vitimas das enxurradas - A dor da perda e da incerteza!
“O meu filho está muito mal. Está a cada dia que passa a perder forças. Não consigo comida para dar, por isso, nem sempre dou-lhe os medicamentos”, refere Sónia Macuácua, 35 anos de idade.

Macuácua já devia ter levado o filho a unidade sanitária para fazer o controlo da doença de que a criança padece, mas das vezes que apanhou o carro, que os responsáveis do acolhimento lhe indicaram, foi despejada pelo caminho porque não tinha dinheiro para pagar.

“Tiraram-nos de carro, quando estávamos ainda na escola primária, para nos levar ao hospital, mas a meio do caminho exigiram-me dinheiro para pagar e porque não tinha mandaram-me descer”, indigna-se Macuácua. Para sobreviver, esta mulher, solteira, dependia de pequeno negócio de venda de produtos alimentares no seu quintal, mas a água da chuva destruiu tudo.

A nossa fonte faz parte de um grupo de famílias do Bairro de Magoanine B que na noite de segunda-feira juntou-se a outras famílias do Bairro de Magoanine A que, desde domingo último, já estavam hospedadas na Escola Secundária de Magoanine A. Todos estavam albergados numa escola primária local.

Recomendado para si:  Jovens em Moçambique enfatizam reconciliação nacional como processo em construção

Dados preliminares apontam para cerca de 1.500 pessoas acolhidas neste estabelecimento de ensino, onde as aulas estão a decorrer. A população não se sente à vontade neste local, porque durante o dia, a maioria concentram-se por baixo de uma mangueira, sob o olhar dos alunos que nas horas de intervalo assistem a eles a preparar as refeições, a descansar ou a realizar outras actividades que, normalmente são feitas no seio familiar.