Até ao momento, Guijá e vários outros pontos de Chibuto continuam isolados do resto da província, havendo ainda cidadãos e/ou comunidade à espera de assistência alimentar e sanitária, que só pode chegar via aérea.
Ao que constatamos e o que temos vindo a colher junto das autoridades, há dezenas de cidadãos que perderam a vida, após dias pendurados em árvores ou telhados de residências.
Mas também há casos de sucesso, em que as pessoas foram detectadas e recolhidas por helicópteros para centros de acomodação, onde paramédicos já estavam à espera para assisti-los. Mas, pelo menos, no Chókwè e Chibuto, onde a nossa Reportagem teve oportunidade de chegar, e Guijá, onde apenas recebemos dados oficiais, há pessoas que morreram, tendo, no caso dos primeiros dois distritos, sido descobertos quando os seus corpos, emergiam.
Incalculáveis áreas de culturas e de pastagens – só no Chibuto fala-se de cerca de 15 mil hectares plantados e 20 de pasto – foram destruídas pela água, para além de número incerto, mas considerável de gado perdido.
Milhares de famílias, cujas áreas de residência foram invadidas pela água, estão hoje em centros de acolhimento, onde apesar dos esforços do Governo, parceiros e sociedade civil a situação continua precária.
Só para dar um exemplo, cerca de 70 mil pessoas idas do Chókwè, Guijá e de outros pontos estão em Chihaquelane, a aproximadamente 25 quilómetros a norte da vila da Macia, a caminho de Chokwe. Embora o número de tendas esteja a aumentar a cada dia, muita gente continua abrigada em baixo de cajueiros com as poucas coisas que conseguiu retirar das casas.
Os apelos à solidariedade foram feitos e rapidamente houve a resposta. Viveres estão a ser diariamente enviados aos afectados, tanto para os que estão nos centros de acomodação, como para as comunidades sitiadas, mas em pontos altos.
Paralelamente, está já em curso a reparação das estradas danificadas pela água, o que visa, em parte, permitir uma assistência sustentável aos afectados e repor a vida.
Na sua ida à Chihaquelane, o Presidente da República, Armando Guebuza, lançou um duro, mas necessário desafio aos afectados pelas cheias, tanto no baixo Limpopo como noutros pontos do centro do país: reconstruir tudo que foi levado pela água.
Há muito ainda por dizer e a fazer, mas enquanto isso não acontece o leitor tem a oportunidade de ver as imagens captadas pela objectiva de Jaime Macamo em vários pontos Gaza, concretamente nas vilas do Chókwè e Chibuto, bem como em Lionde, Chihaquelane, Chicumbane, Licilo e Maniquenique.