Já o “Financial Times” afirmava que a Rio Tinto poderá, em alternativa, aliar-se a mineiras rivais que operam em Tete, como a brasileira Vale, na construção e utilização conjunta de infra-estruturas ferroviárias.
O jornal, citando igualmente fontes não identificadas, referiu também a possibilidade da venda parcial da unidade moçambicana do grupo.
Em reacção a estes artigos, a Rio Tinto Coal Mozambique diz que tomou conhecimento da especulação que surgiu sobre a venda da mina de Benga ou de outros activos da RTCM.
“Não existem planos de venda dos activos da RTCM e as nossas prioridades centram-se na forma como melhor desenvolver os mesmos e encontrar uma solução adequada de infra-estrutura, através de conversações com o Governo de Moçambique e outras empresas interessadas”, lê-se numa mensagem enviada ao nosso Jornal.
A Rio Tinto é a segunda maior mineira mundial. Na semana passada anunciou que as suas contas em Moçambique foram afectadas em cerca de dois mil milhões de euros e ficarão abaixo do previsto devido à alegada falta de capacidade de infra-estruturas de transporte no país.
O transporte através do rio Zambeze do carvão de Tete para os portos do Índico foi chumbado pelo Governo e a actual linha-férrea não tem capacidade para escoar a enorme produção naquela província moçambicana.
Em consequência dos prejuízos, a empresa demitiu o seu presidente-executivo, o norte-americano Tom Albanese, que foi substituído pelo australiano Sam Walsh.
Em 2011 a Rio Tinto comprou a australiana Riversdale, concessionária inicial da mina em Moçambique, por cerca de 3,07 mil milhões de euros.