Indicou que a prioridade é para os locais considerados mais críticos, atendendo que, no geral, os níveis estão a baixar, o que permite que, onde é possível, a população já esteja a regressar.
Por outro lado, segundo ainda aquele governante, a Unidade de Protecção Civil deverá, de imediato, abandonar a cidade de Chókwè para se posicionar na região de Chilembene de forma a facilitar as operações de busca e salvamento.
Por enquanto as autoridades consideram prematuro avançar dados sobre possível ocorrência de óbitos pois, para além do caso reportado na cidade de Chókwè, não há outras indicações para sustentar qualquer informação.
Entretanto, em vastas áreas inundadas sobrevoadas ainda havia, ontem de manhã, gente empoleirada nas árvores e muitas outras pessoas em cima das casas. A UNAPROC, que está no terreno desde quarta-feira, desdobrou-se em acções de salvamento. Até às 12.00 horas de ontem 49 pessoas tinham sido salvas na região de Chilembene e as operações prosseguiam.
Enquanto decorrem acções de busca e salvamento, no reverso da moeda a situação nos três centros de acomodação abertos em Chihaquelane e Hókwè (Chókwè) e Javanhane, em Guijá, ameaça tomar contornos duma crise, devido sobretudo à falta de abrigo e comida originada pela aglomeração de pessoas numa área que não estava preparada para o efeito.
Informações prestadas por Ana Cristina, do INGC, ao Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, dirigido ontem pela Ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, dão conta, a título de exemplo, que em Chihaquelane estavam baseadas 500 famílias e a quantidade de comida e tendas era insuficiente.
Para fazer face à situação ontem chegaram ao local mais cinco toneladas de comida diversa. Tudo indica que, apesar da redução dos níveis, muitas famílias vão continuar nos centros de acomodação até reporem as suas casas que foram arrasadas pelas águas, particularmente as de construção precária.
Enquanto isso, as autoridades estão a concentrar também as atenções para a cidade de Xai-Xai, cujas zonas baixas devem ser evacuadas, visto que a onda de cheias poderá entrar durante o dia de hoje e atingir o pico amanhã, sábado.
Rute Nhamucho, da Direcção Nacional de Águas, deu conta que ontem o nível medido em Sicacate, em Chibuto, era de 10,67 metros, perto do dobro do alerta local, que é igual a 5,67 metros.
O cenário mais provável, segundo informações prestadas ao Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, reunido em Maputo, é de que se esteja em alerta de nível 1, em que devem ser evacuadas zonas como Manhengane, Massaingue, Cumbane, Mahiele, Totoe, Gumbane, Languene, Zikai, Chilaume e Nguava, incluindo a baixa de Xai-Xai.