Trata-se de um gesto até punível pela postura camarária, pois coloca em causa a moral pública e atenta contra o meio ambiente. A Lei sobre esta matéria é clara e penaliza os prevaricadores com multa. E aparentemente esta Lei não só não é cumprida, como também não é divulgada para que o cidadão se sinta desencorajado a praticar esse acto, e não é de estranhar que apesar da proibição todos vêem isso normal e ninguém diz nada.
A sociedade e as instituições que, neste caso, deviam fazer cumprir essa Lei optam pelo mutismo o que não restam dúvidas que eles também têm a sua culpa no cartório. Porque isso dá a ideia de uma aceitação e visto como algo normal.
Trata-se concretamente do muro da Escola Secundária Estrela Vermelha de Maputo, no troço que liga a Avenida Guerra Popular e a Sede da Associação Moçambicana de Amizade e Solidariedade dos Povos (AMASP), igualmente próximo da organização feminina MULEIDE. Assim, as pessoas que transitam pelo passeio são surpreendidas por um cheiro nauseabundo que as deixam indispostas. Isso acontece de forma tão rotineira a tal ponto que as pessoas vão ficando também indiferentes a esse gesto de vergonha.
O que nos deixa indignados é o facto de isto estar a acontecer justamente no muro de uma das principais escolas da cidade de Maputo e estamos a olhar isso de forma passiva e a própria escola que é o guardião da moral parece também ficar indiferente, mesmo que a vítima seja o muro do seu estabelecimento.
Deste modo, como é que os alunos (que são os nossos filhos) vão lidar com estas práticas impróprias de uma ambiente urbano, pois coloca-se aqui a questão de educação dos cidadãos em que eles precisam compreender que uma árvore banhada de ácido úrico pode morrer e como consequência afectar a própria estética urbana.
Sabe-se que o Município de Maputo aprovou recentemente uma lei que penaliza quem for encontrado a urinar na via pública, mas parece que a mesma não tem sido aplicada, se não isto não estaria a acontecer há anos.
São aspectos que atentam contra a moral e boa convivência em cultivo e é contra os valores que a nossa sociedade defende e protege. Mas também há o problema de sempre: a falta de urinóis e sanitários públicos onde atenderia às necessidades dos munícipes embora isso não possa ser desculpa para se urinar na via pública.
