Dados ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Maputo apontam Manica como o ponto do país com mais afectados, 11.580, seguindo-se Zambézia, 1914, Inhambane, 775, e Sofala, com 95.
Parte significativa das vítimas encontra-se abrigada em centros de acomodação temporária, uma vez que as suas casas foram-se com as enxurradas.
Rita Almeida, Porta-voz do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, disse que para o caso da cidade de Maputo as equipas ainda estavam a fazer o levantamento dos afectados, mas dados preliminares indicavam a destruição de 380 casas em diferentes bairros residenciais.
Quatro centros de acomodação temporária foram abertos nos bairros de Hulene, Magoanine “C”, Xipamanine e Inhagóia, sendo que até ao início da tarde de ontem acolhiam 223 famílias. A maior parte dos agregados encontra-se nos centros de Magoanine, 120, e Força do Povo, no Hulene, com 80.
A nossa fonte explicou que o número dos acolhidos nos centros varia, dado que à medida que os níveis de água baixam em algumas zonas as famílias regressam, cenário que pode resultar em mortes em caso de uma subida repentina dos caudais dos rios.
Embora Sérgio Buque, Chefe do Centro de Análise e Previsão de Tempo no Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), indique um abrandamento das chuvas nas regiões centro e norte, bem como uma paragem no sul hoje e amanhã, o Conselho Técnico de Gestão das Calamidades está preocupado com o aumento dos níveis de água na bacia do Save, concretamente em Govuro, bem como com as inundações que podem vir a ocorrer nas cidades críticas, como Xai-Xai, Maxixe e Inhambane.
Outra preocupação, de acordo com a porta-voz, é a ameaça de eclosão de doenças relacionadas com o consumo de água contaminada e/ou falta de higiene pessoal e colectiva nos centros de acomodação. Nesse sentido, há já trabalhos concretos visando colocar mais água tratada naqueles locais.
O INGC garante estar a altura de responder em tempo útil aos efeitos destas chuvas, uma vez que estão dentro do plano de contingência, dispondo de meios humanos e materiais necessários.
Aliás, Rita Almeida disse que já foram mobilizados três barcos para Nhamatanda, Sofala, igual número em Chinde, na Zambézia, com vista a auxiliar operações de salvamento, para além dos dois alocados à cidade de Maputo.