De facto vários turistas, incluindo cidadãos nacionais, já tinham atravessado o rio de viaturas para celebrar a passagem de ano na Macaneta com o intuito de sair por estes dias do ano. Outros ainda estavam na fila de espera para o fazer.
Para os que já estavam doutro lado com as suas viaturas, a solução passa por sair via Maragra, na Manhiça, o que significa percorrer cerca de 80 quilómetros, parte significativa dos quais em estrada lamacenta de trânsito difícil mesmo para viaturas com tracção às quatro rodas.
A nossa Reportagem percorreu a via ontem, que atravessa uma área privada da Açucareira da Maragra, e constatou as dificuldades que oferece.
Os sem carros próprios fazem-se ao Incomáti em barcaças, num cenário de máxima insegurança e com custos elevados em relação ao que se pagava no batelão.
Uma pessoa com um saco de 25 quilogramas de arroz, por exemplo, chega a pagar 30 meticais ou mais nos pequenos barcos, contra os dois meticais cobrados na embarcação agora paralisada.
Júlio Langa, residente na vila de Marracuene, mas com interesses comerciais na Macaneta, o que lhe obriga a viajar frequentemente, disse ao “Notícias” que actualmente estão num sofrimento e em perigo.
“Os pequenos barcos que garantem a ligação não têm segurança, salva-vidas e alguns dos seus operadores são inexperientes, o que agudiza os riscos de naufrágios”, disse, terminando com um apelo “que se reponha urgentemente o batelão e se materialize a promessa da ponte para sairmos deste martírio”.
Por sua vez, Momad Rafiq, residente na cidade de Maputo, viu o seu desejo de chegar à Macaneta, donde aproveitaria regressar com a filha, devido a impossibilidade de fazer-se á zona turística de carro.
“Pretendia atravessar de carro para Macaneta, mas não é possível. Minha filha está lá e contava voltar com ela. Dado o cenário, terá que vir de um destes barcos e juntos voltaremos para Maputo”, disse o cidadão visivelmente frustrado por não poder desfrutar das belezas doutro lado do rio Incomáti.