Sociedade Continua interrompida travessia Marracuene/Macaneta

Continua interrompida travessia Marracuene/Macaneta

A interrupção da circulação, por uma avaria grossa, do batelão que garante a travessia do rio Incomáti, ligando Marracuene e Macaneta, na província de Maputo, cerca das 22.00 horas de 31 de Dezembro, traz transtornos sem precedentes na vida de inúmeros cidadãos entre locais e turistas.
Continua interrompida travessia Marracuene/Macaneta

As complicações são de tal ordem avultadas por o incidente ter ocorrido numa altura de intenso movimento de travessia, principalmente no sentido Marracuene/Macaneta associado à passagem de ano.
De facto vários turistas, incluindo cidadãos nacionais, já tinham atravessado o rio de viaturas para celebrar a passagem de ano na Macaneta com o intuito de sair por estes dias do ano. Outros ainda estavam na fila de espera para o fazer.

Para os que já estavam doutro lado com as suas viaturas, a solução passa por sair via Maragra, na Manhiça, o que significa percorrer cerca de 80 quilómetros, parte significativa dos quais em estrada lamacenta de trânsito difícil mesmo para viaturas com tracção às quatro rodas.

A nossa Reportagem percorreu a via ontem, que atravessa uma área privada da Açucareira da Maragra, e constatou as dificuldades que oferece.

Os sem carros próprios fazem-se ao Incomáti em barcaças, num cenário de máxima insegurança e com custos elevados em relação ao que se pagava no batelão.

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Uma pessoa com um saco de 25 quilogramas de arroz, por exemplo, chega a pagar 30 meticais ou mais nos pequenos barcos, contra os dois meticais cobrados na embarcação agora paralisada.

Júlio Langa, residente na vila de Marracuene, mas com interesses comerciais na Macaneta, o que lhe obriga a viajar frequentemente, disse ao “Notícias” que actualmente estão num sofrimento e em perigo.

“Os pequenos barcos que garantem a ligação não têm segurança, salva-vidas e alguns dos seus operadores são inexperientes, o que agudiza os riscos de naufrágios”, disse, terminando com um apelo “que se reponha urgentemente o batelão e se materialize a promessa da ponte para sairmos deste martírio”.

Por sua vez, Momad Rafiq, residente na cidade de Maputo, viu o seu desejo de chegar à Macaneta, donde aproveitaria regressar com a filha, devido a impossibilidade de fazer-se á zona turística de carro.

“Pretendia atravessar de carro para Macaneta, mas não é possível. Minha filha está lá e contava voltar com ela. Dado o cenário, terá que vir de um destes barcos e juntos voltaremos para Maputo”, disse o cidadão visivelmente frustrado por não poder desfrutar das belezas doutro lado do rio Incomáti.