Sociedade Meio Ambiente Chuvas matam e destroem em Manica

Chuvas matam e destroem em Manica

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Na sequência desta situação, pelo menos 570 famílias ficaram sem tecto devido à destruição total das suas habitações e 1771 outras registaram danos parciais em suas casas. A maior parte das destruições ocorreu na cidade de Chimoio, a capital provincial, onde pelo menos 1641 casas ficaram parcialmente destruídas e 510, todas de construção precárias, desabaram totalmente.

O delegado do INGC em Manica, João Vaz, que revelou o facto, disse que o levantamento prossegue não apenas na cidade de Chimoio, mas também em todos os distritos nos quais está havendo precipitação que está a deixar um rasto desolador de destruições e mortes.

Entre as casas destruídas parcialmente na cidade de Chimoio constam 80 de construção convencional. Ainda na capital provincial de Manica, pelo menos 17 pessoas contraíram ferimentos, 29 casas de culto desabaram, o mesmo acontecendo com 14 barracas em diversos mercados informais da cidade. Os prejuízos aconteceram em todos os três postos administrativos urbanos da autarquia e atingiram com maior incidência os bairros suburbanos.

Dos distritos da província de Manica chegam informações segundo as quais 29 pessoas contraíram ferimentos diversos, 191 famílias desalojadas e 105 casas de construção precária desabaram, no distrito de Sussundenga.

No distrito de Manica, mais concretamente no posto administrativo de Messica, duas pessoas perderam a vida e igual número contraíram ferimentos. A terceira vítima mortal registou-se em Cafumpe, distrito de Gondola. As causas dos óbitos e ferimentos não foram reveladas, mas o delegado do INGC em Manica admite ter sido por electrocussão ou desabamento de paredes de casas.

Corte de Comunicações

O delegado do INGC em Manica, João Vaz, indica que para além das destruições apontadas as chuvas cortaram as comunicações rodoviárias entre várias localidades, devido à destruição de drifts, pontes e erosão pluvial a nível das estradas.

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Com efeito, o distrito de Tambara está isolado devido à subida do caudal do rio Muira e dentro do próprio distrito, o posto administrativo de Nhacafula já não se comunica com a sede distrital, devido à subida do caudal do rio Tchidji.

No distrito de Guro, os troços Nhancatale-Mandie, Nhamassonje-Tanda, Tanda-Bunga e Mungari-Tambara, já não se comunicam entre si devido à destruição de pontes nas respectivas estradas.

Em Mossurize, os troços Dombe-Espungabera e Chiurarirue-Machaze estão intransitáveis na sequência da subida do caudal dos rios e destruição de drifs. Assim, o distrito de Mossurize ficou totalmente isolado do resto da província, sendo apenas acessível via Zimbabwe.

No distrito de Manica, informações que tivemos acesso indicam a destruição de pontes e drifts na estrada Manica-Mavonde, deixando esta última localidade isolada da sede distrital.

Em termos de acções de socorro, o INGC em Manica disponibilizou 15 tendas e igual número de cobertores para as famílias desalojadas, 10700 metros de plástico para a cobertura e 10 gericans para o acondicionamento de água. Ainda não foram alocados víveres para as referidas famílias, embora o INGC tenha garantido que, em caso de necessidade, tal será feito pontualmente.

Relativamente à situação hidrológica, a fonte indicou que o cenário se afigura cada vez mais preocupante nas bacias do Búzi e Zambeze. Enquanto os níveis hidrometricos estão em ascensão no rio Zambeze, que ontem estava a 20 milímetros para o nível de alerta, o Lucite, integrante da bacia do Búzi, estava a baixar.