Sociedade Meio Ambiente Chuvas: Limpopo sobe e ameaça cinco distritos em Gaza

Chuvas: Limpopo sobe e ameaça cinco distritos em Gaza

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A subida do rio Limpopo, segundo informações da Direcção Nacional de Águas, segue-se a chuvas moderadas a fortes que se registam nos países a montante, particularmente na África do Sul. Com feito, um sistema de baixas pressões de origem térmica está a originar chuvas moderadas a fortes na RAS, sul do Zimbabwe, Suazilândia e nas províncias de Maputo, Gaza e sul de Inhambane.

Os níveis hidrométricos em Combomune e Chókwè deverão continuar a subir, facto que está na origem das inundações esperadas a jusante deste curso de água. Em Combomune o nível medido no sábado é de 7.58 metros, mais três metros em relação ao alerta local que é de 4.50 metros. O Save, Zambeze e Púnguè que superaram o alerta, também são motivo de preocupação.

A título de exemplo, a vila-sede distrital de Machanga, em Sofala, assim como de Nova Mambone, em Inhambane, estão a ser invadidas pelo transbordo do Save que atingiu semana passada o pico de 6.49 metros na Vila Franca do Save, contra o alerta de 5.50 metros.

As autoridades locais estão a desdobrar-se com medidas visando evitar que as inundações provoquem danos nas famílias. Entretanto, as culturas das zonas ribeirinhas foram arrasadas antevendo-se uma crise alimentar nos próximos tempos.

Em Sofala, os distritos de Machanga, Búzi, Nhamatanda, Caia, Chemba e Marromeu continuam isolados.

Face a estes cenários, o Conselho Coordenador de Gestão das Calamidades, reunido sexta-feira última, em Maputo, recomendou para a necessidade de os Governos provinciais, distritais, municipais, locais e ao Instituto de Gestão das Calamidades (INGC) intensificarem acções para reduzir o risco de morte.

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Carmelita Namashulua, vice-presidente do Conselho Coordenador de Gestão das Calamidades, garantiu que existe capacidade local para dar resposta adequada à situação visto que ainda não ultrapassa as previsões constantes do Plano de Contingência aprovado pelo Executivo.

 “A situação poderá ser alarmante se não nos precavermos, mas também é controlável, se continuarmos em prontidão, para que menos gente seja afectada. Neste momento, todas as instituições do Estado estão em estado de prontidão, os meios já estão alocados nos locais onde se devem posicionar”, referiu.

A ministra sublinhou que há necessidade de redobrar os esforços para que os Comités Locais de Gestão de Risco continuem proactivos.

Refira-se que o plano de contingência prevê que sejam afectados pelas chuvas um total de 307.491 pessoas. Os dados até a última sexta-feira apontavam 25 mil afectados e 35 óbitos desde que iniciou a época chuvosa em Outubro.

O Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, deverá visitar a partir de hoje e por seis dias, a zona centro do país (Zambézia, Sofala, Manica e Tete) e o norte de Inhambane para avaliar as actividades em curso no âmbito do Plano de Contingência.