Sociedade Acordo Ortográfico continua em polémica

Acordo Ortográfico continua em polémica

Acordo Ortografico

O movimento que se opõe à adopção do Acordo Ortográfico em Portugal continua a ganhar adeptos, pondo em causa o sonho que vem sendo adiado há anos na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em que Moçambique é membro.

Depois do presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), Vasco Graça Moura, ter decidido, em 2012, não aplicar as novas negras de escrita naquela instituição, esta semana foi a vez da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) anunciar que não vai adoptar o Acordo Ortográfico devido às posições do Brasil e de Angola sobre esta matéria. Vasco Graça Moura é um dos fortes opositores das novas regras de escrita, chegando a considerar que “o Acordo Ortográfico é crime”.

Esta quarta-feira, num comunicado do Conselho de Administração da SPA, citado pela AIM, a entidade afirma que vai “continuar a utilizar a norma ortográfica antiga nos documentos e comunicação escrita com o exterior”.

A entidade sustenta que “este assunto não foi convenientemente resolvido e encontra-se longe de estar esclarecido, sobretudo depois de o Brasil ter adiado para 2016 uma decisão final sobre o Acordo Ortográfico, e de Angola ter assumido publicamente uma posição contra a entrada em vigor”, das novas regras.

As novas regras entrariam em vigor no Brasil a 01 de Janeiro de 2013, mas, no final de Dezembro de 2012, o governo brasileiro adiou a aplicação obrigatória do novo Acordo Ortográfico para 01 de Janeiro de 2016.

A iniciativa do adiamento surgiu após um pedido de parlamentares da Comissão de Educação do Senado, que ouviram, numa audiência pública, as críticas de destacados linguistas brasileiros às novas regras.

Perante estas posições daqueles países, a SPA considera que “não faz sentido dar como consensualizada a nova norma ortográfica, quando o Brasil, o maior país do espaço lusófono, e Angola, tomaram posições em diferente sentido”.

A entidade critica ainda a forma como o Estado Português tratou este assunto “de indiscutível importância cultural e política, designadamente quando o ministro Luís Amado foi responsável pelos Negócios Estrangeiros”.

Moçambique ainda não aderiu.