Por exemplo, as embarcações “Maguluti” e “Baía de Inhambane”, ambas pertencentes a empresa Transmarítima de Inhambane com capacidade de 96 passageiros quando há bom tempo e 80 em dias de maré agitada, actualmente chegam a transportar cerca de 120 pessoas sem incluir a tripulação composta por cinco pessoas.
As pequenas embarcações com motor fora de bordo, com capacidade de 20 a 25 pessoas, chegam a transportar um número entre 30 a 35 pessoas por cada vez, sem contar com os membros da tripulação.
O desrespeito das normas de navegação marítima na baia de Inhambane acontece com naturalidade, pois nas duas pontes cais, designadamente em Inhambane e Maxixe, a Administração Marítima, instituição responsável pelo controlo desta actividade, não coloca fiscais para verificar em que condições e como as pessoas são transportadas na baía.
Além de ultrapassar o número de passageiros recomendado, os barcos andam igualmente com muita carga não quantificada, situação que condiciona a sua normal navegabilidade, havendo alguns que acabam metendo água por todos lados. Já não há diferença entre barcos de passageiros com os barcos de carga porque todos servem para tudo, num movimento assistido pelo pacato cidadão que apenas luta por um lugar em qualquer embarcação para chegar ao destino.
A Directora Provincial dos Transportes e Comunicações de Inhambane, Assiça Carimo, informada do perigo que correm os utentes das embarcações de passageiros que operam na baía de Inhambane, notificou a Administração Marítima para, num curto espaço de tempo, repor a ordem para evitar a ocorrência de naufrágios por sua negligência.
“Já estou informada de tudo. Vou tomar as devidas medidas”, reagiu nestes termos Assiça Carimo, quando confrontada pela nossa Reportagem sobre a anarquia que se vive na baía de Inhambane.
Por seu turno, o Administrador Marítimo, Maulidio Nuro que encontrou o barco “Baía de Inhambane” a descarregar grandes quantidades de carga diversa, além de 105 passageiros, disse que tudo o que se passa na travessia entre a capital provincial e Maxixe era consequência da insubordinação dos seus fiscais.
Na ocasião, o administrador marítimo ordenou a retirada da tripulação da embarcação ao mesmo tempo que mandava ancorar o barco, uma decisão que acabou sendo anulada porque muitos passageiros já tinham bilhetes para apanhar o barco.
“Não sei porque é que não há fiscal aqui, eu não posso fazer tudo sozinho”, insurgiu-se o administrador marítimo ao seu colega com responsabilidade de colocar fiscais nas duas ponte-cais.
Por seu lado, a directora provincial de Transportes e Comunicações, Assiça Carimo, prometeu tomar medidas severas não só contra os tripulantes prevaricadores, mas também contra o sector que devia controlar todas operações marítimas na baía de Inhambane.