Falando a nossa fonte Francisco Cândido, inspector -geral de saúde, fez notar que uma das dificuldades que o sector enfrenta tem a ver com a falta de um sistema sofisticado de vigilância e de recursos humanos suficientes para trabalhar em todo o país desde a província, o distrito e no meio rural.
`A inspecção tem que ser feita regularmente e é preciso uma vasta equipa para isso, o que nós não temos. Instalamos secções de inspecção nas províncias mas, ainda assim, temos que chegar aos distritos. Hoje em dia precisamos de meios de trabalho sofisticados para detectar irregularidades nas auditorias´, justifica Cândido.
Com apenas 40 inspectores a nível nacional, o MISAU tem feito tudo o que está ao seu alcance para controlar, por exemplo o desvio de medicamento ou produtos do SNS, o que não tem sido fácil: `O roubo de medicamentos envolve redes de acção e para detectar é preciso ter um sistema sofisticado de vigilância´, aponta o inspector-geral.
Como actividades de sucesso realizadas pela inspecção este ano, Cândido deu exemplo da recuperação de medicamentos diversos entre antibióticos e analgésicos incluindo redes mosquiteiras que tinham sido desviados da rede sanitária em Sofala e vendidos no mercado informal. Através dos vendedores desses medicamentos no informal, e com a ajuda da Polícia, a inspecção conseguiu chegar a mais membros envolvidos no desvio entre os quais funcionários do MISAU. `Não posso dizer ao certo quantas pessoas estão envolvidas, mas é um número considerado. Aos nossos colegas foram instaurados processos disciplinares e criminais´.
De referir que durante os três dias da VII reunião, que decorre sob o lema `Com o nosso povo façamos das unidades sanitárias um lugar acolhedor, seguro e de confiança´, será apresentado o relatório de prestação de contas das actividades realizadas em 2011 e analisada a problemática das petições canalizadas à inspecção.