Sociedade FMI defende “cautela” no agravamento da tarifa de transporte

FMI defende “cautela” no agravamento da tarifa de transporte

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A Assembleia Municipal de Maputo aprovou a proposta de revisão das tarifas de transportes agravadas em 20 e 40 por cento no dia 25 de Outubro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que as autoridades moçambicanas devem ser cautelosas na decisão de aumentar a tarifa de transportes públicos no país, sob o risco de encarecer o custo de vida das camadas vulneráveis.

Falando na passada sexta-feira em Maputo, na apresentação do relatório preliminar de uma missão do FMI que esteve de visita ao país, o representante residente daquela instituição financeira em Moçambique, Victor Lledó, disse que essas decisões têm um impacto forte no custo de vida da população. “São decisões difíceis que têm um impacto forte no custo de vida da população e têm que ser tomadas com muito cuidado e de uma forma bem pensada”, disse Lledó, citado pela AIM.

Aquele representante do FMI disse ser importante aprender das lições dos protestos de 2010 (1 e 2 de Setembro), quando milhares de pessoas saíram à rua em diversas cidades moçambicanas e se manifestaram contra o custo de vida. “As lições de protestos de 2010 mostram que a necessidade dos reajustes desses preços sejam extremamente bem comunicados à sociedade como todo. Acredito que o Governo aprendeu essas lições e está a tentar ao máximo comunicar bem as futuras decisões”, disse a fonte.

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Uma das decisões difíceis a ser tomada num futuro breve é o anúncio do dia da entrada em vigor da nova tarifa dos transportes públicos em Maputo, tanto a nível da empesa municipal Transportes Públicos de Maputo (TPM) como a nível dos transportes privados, vulgo “chapa”.

A Assembleia Municipal de Maputo aprovou a proposta de revisão das tarifas de transportes agravadas em 20 e 40 por cento no dia 25 de Outubro, mas até agora ainda não começaram a vigorar. Por norma, as novas tarifas têm um prazo mínimo de cinco dias, depois da aprovação para começarem a vigorar.

Contudo, o FMI entende que o agravamento do preço de transporte, além de ser bem comunicado, não deve comprometer a qualidade do serviço prestado à população. “Eu acho que o sector privado tem um poder incrível de se adaptar a situações de controlo de preços. Por exemplo, é notório, no caso dos “chapas”, que, de uma certa forma, já houve um aumento implícito das tarifas, e mesmo do transporte público através do encurtamento de rotas”, disse Lledó.