Caso os parceiros de cooperação não disponibilizem a tempo os fundos necessários para flexibilizar o processo, o plano vai fracassar e, por conseguinte, as áreas que ainda estão por desminar no país continuarão a representar perigo para muitos moçambicanos.
Face a este problema, o Instituto Nacional de Desminagem (IND) realizou, segunda-feira (05), em Maputo, um seminário de dois dias com o propósito de persuadir os parceiros de cooperação a desembolsarem o dinheiro necessário. O momento serviu também para a apresentação da situação actual de minas no país.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, disse que a colaboração dos parceiros nacionais e internacionais tem permitido o alcance resultados que até aqui Moçambique conseguiu na matéria em alusão no sentido de cumprir o tratado de banimento das minas antipessoais. Apelo-lhes ajudarem com os fundos em falta.
De acordo com o governante, todo o processo de desminagem no país precisa de 16 milhões de dólares, dos quais estão disponíveis apenas 10 milhões.
O plano quinquenal do Governo 2012-2014 definiu como objectivos prioritários a conclusão da remoção e destruição de engenhos explosivos, o desenvolvimento institucional, a implementação do programa de educação cívica sobre o perigo das minas e a promoção de planos de assistência às vítimas das minas antipessoais.
Henrique Banze disse que existem 867 áreas, o equivalente a 26 milhões de metros quadrados de terra, indisponíveis para o desenvolvimento de actividades sócio-económicas devido à presença de minas terrestres.
Enquanto isso, para além de outros benefícios, a desminagem tem trazido ganhos incomensuráveis para o país, tais como a extensão de áreas de cultivo, livre circulação de pessoas e bens e a segurança nas comunidades.
O director do IND, Alberto Augusto, disse que o país está preparado para responder positivamente o desafio de ver-se livre das minas até 2014. Todavia, é urgente que se colmate o défice financeiro para evitar a prorrogação do prazo a esse respeito tal como aconteceu no passado.
Por sua vez, Alexandra Mangore especificou que entre 2013 e 2014 o IND vai desminar as províncias Sofala, Tete, Maputo, Inhambane e Manica. Mas com maior incidência para Sofala e Tete que ainda apresentam muitas áreas suspeitas de estarem minadas.
As informações avançadas pelo IND indicam que dos 34 mortos registados em 2010, reduziu para nove, em 2011. Este ano houve pelo menos dois acidentes que resultaram na morte de três pessoas e igual número de feridos.