Sociedade Encurtamentos de rotas continuam

Encurtamentos de rotas continuam

Uma semana depois dos transportadores privados se terem comprometido a não encurtar as rotas no contexto do aumento da nova tarifa nas cidades de Maputo e Matola, os desmandos persistem, penalizando profundamente os utentes.
Encurtamentos de rotas continuam
A situação é crítica em quase todas as linhas, embora haja casos de alguns transportadores que observam o estipulado.

A Reportagem do “Notícias” acompanhou ontem situações de “chapeiros” que, ostentando a vinheta cidade da Matola/Tchumene, encurtaram a sua rota deixando os passageiros no terminal de Malhampsene para de seguida, chamar os que pretendiam chegar a Tchumene.

Estes acontecimentos têm semeado momentos de rixas entre passageiros e cobradores, estes últimos que fazem valer a arrogância por serem detentores dos meios. O exemplo é da viatura ABG253MP (cidade da Matola) que, incompreensivelmente, decidiu não chegar ao destino final.

O mesmo fazem transportadores que partem de Matendene (cidade de Maputo) tendo como destinos Museu, Patrice Lumumba, M. Socimol e Xipamanine. Aqueles terminam no cruzamento de Matendene ou no Benfica. Depois de desembarcar, os passageiros voltam a carregar para outros pontos, lesando o bolso do passageiro.

“Estou aqui no Benfica há mais de 30 minutos à espera de um transporte que vai a C.700, mas ainda não vi nenhum. Para mim o novo tarifário só veio agravar o custo de vida, considerando que pagamos mais nas nossas deslocações através do “chapa-100”, palavras de Jorge Chirindza, um dos utentes dos “chapas” que vive no bairro de Bagamoyo.

Para Carla Andrade, residente no bairro de Khongolote, a grande preocupação são os encurtamentos, pois a situação continua na mesma.

Recomendado para si:  Rede criminosa em Tete detida por roubo e comércio ilegal de fármacos do SNS

Durante a ronda, apurámos que os operadores que partem de Patrice Lumumba, T3 e Liberdade estão na lista dos que fazem encurtamentos. À hora de ponta terminam no Jardim, deixando “à sua sorte” os utentes daqueles bairros.

“Temos estado a ouvir que há transportadores cujas viaturas estão a ser apreendidas e multados. Esperamos que isso não seja só para nos enganar por estes dias, pois a verdade é que ainda há muitos operadores que não respeitam os passageiros. Esta situação deve mudar”, apelou, por seu turno, Luísa Matico, cidadã que vive no bairro de Tsalala.

Alguns “chapas” que partem do Museu ou Baixa com destino a “Drive in” estão na lista dos que violam as posturas municipais na medida em que terminam no mercado de Matendene. Assim sendo, os utentes são obrigados a procurar um outro carro para os seus destinos. Estes são dentre outros exemplos dos desmandos protagonizados pelos transportadores.

Todavia, operadores há que mudaram de comportamento, sobretudo na cidade de Maputo. São “chapeiros” que eliminaram os desvios e encurtamentos, tendo em conta o estímulo de que beneficiaram pelo aumento do preço.

Presentemente, esses transportadores já não obrigam os seus passageiros a pagar pelas ligações, pois carregam nos terminais, dentro da normalidade. “Não há dúvida de que as coisas mudaram. Já não encurtam. Como podem ver aqui há muitos carros”, afirmou Celeste António, cidadã que habitualmente apanha “chapas” que exploram a rota P. Combatentes/A. Voador. Cenário similar nota-se na rota Benfica/A.Voador.