O facto é que durante suas reuniões os municípios de Maputo e Matola abordaram apenas questões relativas ao agravamento das tarifas e não apresentaram planos concretos para minimizar ou mesmo resolver definitivamente a questão dos encurtamentos de rotas.
Com esta situação, para além de ter que pagar pelo preço agravado os passageiros terão ainda que enfrentar encurtamentos e desvios de rotas, sob olhar impávido das autoridades.
O que se ouve nas conversas de rua é que a população considera que o verdadeiro problema não reside na dificuldade de ter que pagar os preços agravados, mas sim com a questão dos encurtamentos de rotas e falta de meios de transportes. Depois de terem impedido, por duas vezes (05 de Fevereiro de 2008 e 1 e 2 de Setembro de 2010) o agravamento da tarifa de `chapas´, muitos munícipes admitem a possibilidade aceitarem, sem dificuldades, os novos preços. Mas as fontes aventam a possibilidade de haver um levantamento propriamente em contestação aos encurtamentos de rotas.
Durante suas reuniões com vista a debater a situação dos `chapas´ os dois municípios não abordaram questões relacionadas com encurtamento de rotas, situação que poderá contribuir para a prevalência destes actos por parte dos `chapeiros´. Tudo indica que os dois municípios já não têm ideias para resolver a questão dos transportes.
Por reconhecer a sensibilidade do assunto, quando se trata da subida dos preços de `chapas´, a Polícia da República de Moçambique (PRM) em parcerias com a Polícia Municipal montarão a partir de amanhã nalgumas zonas batalhões policiais para responderem quaisquer eventuais casos de manifestações populares. Falando à Imprensa, há dias durante o anúncio da data para entrada em vigor da nova tarifa, António Espada, comandante da Polícia Municipal, garantiu que os referidos batalhões serão colocados nos locais considerados como principais focos de manifestações complicados, nomeadamente a rotunda de Missão Roque, no mercado Benfica, na paragem do terminal de semi-colectivos, no bairro Zona Verde, no bairro do Jardim ao longo da Estrada Nacional nº1; na zona do Estádio da Machava, concretamente no cruzamento entre Av. 4 de Outubro e Eduardo Mondlane; na `Junta´, terminal de transportes inter-provinciais, entre outros lugares.
`O desejo é que não haja desordem, pois a Polícia da República de Moçambique, em coordenação com a Polícia Municipal, estará preparada para responder à qualquer situação. Vamos distribuir panfletos para que os munícipes saibam o que está a acontecer e o que devem fazer. Os passageiros só devem pagar quando chegarem ao destino´, prometeu.
Refira-se que a nova tarifa aprovada há dias pelo Conselho Municipal de Maputo e Matola estabelece que os novos preços serão de 7 e 9 meticais contra os actuais 5 e 7,5 meticais cobrados.