Mais de 70 cidadãos moçambicanos estão nas cadeias de diferentes países do mundo, na sequência de tráfico de droga. A última detenção ocorreu no aeroporto da Tailândia, quando uma compatriota de 30 anos de idade foi surpreendida com seis quilos de estupefacientes.
Falando a jornalistas na passada quinta-feira, em Maputo, a ministra da Justiça, Benvinda Levi, disse acreditar que o número de moçambicanos que estão presos em diferentes partes do mundo, por ligações com a droga, pode ser superior a 71, tendo em conta que a maior parte das pessoas envolvidas neste tipo de crimes usa identidade falsa.
Dos 71 moçambicanos nas cadeias por droga, 67 estão no Brasil, três na China e uma na Tailândia. “Podemos ter mais moçambicanos presos noutros países, mas que nunca nos chegou a informação, ou porque as pessoas usavam falsa identidade, ou porque as autoridades desses países não nos comunicaram”, disse a ministra.
Segundo Benvinda Levi, estes dados mostram a gravidade do acto praticado por estes compatriotas. “A questão da droga é muito séria, e, infelizmente, está a assumir contornos alarmantes no nosso país, que é usado como corredor”, salientou a ministra, que acrescentou que a pouca droga que fica no país tem criado danos muito severos às famílias.
A ministra chama atenção das pessoas, em particular dos jovens, para terem muito cuidado não só com o consumo ou venda desde mal, mas com qualquer acto estranho que lhes possa levar a situações complicadas, como a de Mónica Novela e outros.
No caso de Mónica Novela, presa na Tailândia, a ministra questionou até que ponto ela estava consciente dos actos que estava a praticar. “Há muita gente que está a viajar iludida, esquecendo que hoje, em todo o mundo, o tráfico de droga é condenável e em alguns países é sujeito à pena de morte”, acrescentou.
A titular da pasta da Justiça disse que estes acontecimentos devem servir de lição, para além de ser uma ocasião triste que obriga todo o moçambicano a reflectir sobre o assunto.