Ken Kandondo reagia ao recente pronunciamento do Primeiro-Ministro da Tanzânia Mizengo Pinda, que advertiu ao Malawi para que se concentre apenas na exploração do petróleo e de gás natural nas suas águas territoriais e não em todo o Lago Niassa, porque este não só “pertence aos malawianos mas também aos tanzanianos”.
Mizengo Pinda também avisou aos malawianos para cessar a pesca no lado tanzaniano, sob pena de serem detidos e julgados por pesca ilegal.
O lago Niassa, considerado o terceiro maior da África, banha três países, nomeadamente, Moçambique, Tanzânia e o Malawi.
O ministro malawiano da Defesa desafiou ainda a Tanzânia para provar a sua reivindicação sobre a partilha do lago Niassa e sublinhou que o Malawi não vai hesitar em fazer tudo dentro dos seus poderes para defender as fronteiras que o país herdou aquando da independência em 1964.
Aquele governante reiterou aos malawianos vivendo na zona fronteiriça com a Tanzânia para não terem medo, afirmando que o governo está pronto a defendê-los de uma eventual agressão tanzaniana.
Ken Kandondo (na imagem acima) assegurou aos malawianos, principalmente aos pescadores e aos comerciantes locais, que por enquanto a situação está controlada e garantiu que o governo fará tudo ao seu alcance para que continuem a viver pacificamente.
“Malawianos vivendo ao longo do Lago Niassa devem sentir-se à vontade e continuar com o seus negócios porque o ministério dos negócios estrangeiros está a tratar cuidadosamente o conflito fronteiriço com a Tanzânia e brevemente o caso será resolvido”, asseverou o ministro malawiano
Nos últimos meses, alguns dirigentes tanzanianos e malawianos tem vindo a recorrer a linguagem belicista na sua reivindicação sobre a partilha do Lago Niassa, apesar dos dois governos defender uma solução diplomática e pacifica.
Tanto o Malawi como a Tanzânia quando se encontram nas suas rondas negociais, defendem uma solução pacífica do conflito em torno do lago Niassa, mas depois dos encontros que quase sempre terminam em fracasso, alguns oficiais tanzanianos e malawianos começam a lançar ameaças de guerra a partir das respectivas capitais.
Há dias, a Grã-Bretanha, antiga potência colonizadora do Malawi e Tanzânia afirmou que se distancia do conflito entre os dois países em torno da partilha do Lago Niassa, e avançou que a solução caberá aos governos malawiano e tanzaniano.
O Malawi e a Tanzânia são membros da SADC e da Commonwealth.