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Países africanos sem litoral reforçam apelo à cooperação global na conferência de Avaza

Os países africanos sem litoral reuniram-se na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Países em Desenvolvimento Sem Acesso ao Mar, realizada em Avaza, Turcomenistão. 

O encontro teve como foco a promoção de uma maior cooperação internacional para mitigar as desvantagens geográficas enfrentadas por essas nações.

O evento contou com a participação de chefes de Estado e de Governo, incluindo o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e o Presidente do Turcomenistão, Serdar Berdimuhamedov. Além de representantes da sociedade civil, do sector privado, da juventude, de parlamentos e de parceiros internacionais, a agenda abordou temas cruciais como conectividade, liderança feminina, resiliência climática e integração regional.

Dos 32 países classificados como LLDCs (Landlocked Developing Countries), 16 pertencem ao continente africano, entre eles Botswana, Burkina Faso, Burundi, República Centro-Africana, Chade, Essuatíni, Etiópia, Lesoto, Malawi, Mali, Níger, Ruanda, Sudão do Sul, Uganda, Zâmbia e Zimbabué. Estas nações, sem acesso directo ao mar, enfrentam desafios significativos, como custos elevados de transporte e entraves ao comércio externo.

Uma das situações mais discutidas foi a da Etiópia, cujo primeiro-ministro, Abiy Ahmed, tem defendido um acesso estratégico ao Mar Vermelho. Essa pressão tem gerado tensões com a Somália, especialmente após um acordo controverso com a região não reconhecida da Somalilândia.

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Além disso, Mali, Níger, Burkina Faso e Chade manifestaram apoio à Iniciativa Atlântica, proposta por Marrocos. Esta iniciativa visa estabelecer um corredor de acesso ao Oceano Atlântico para os países do Sahel, visando dinamizar as economias regionais, ao mesmo tempo que se insere numa disputa geoestratégica com a Argélia sobre o controlo de rotas comerciais.

No decorrer da conferência, foi oficialmente apresentado o Programa de Ação de Avaza, que terá vigência entre 2024 e 2034. Este plano foca no desenvolvimento sustentável dos LLDCs, priorizando áreas como transformação estrutural, inovação tecnológica, comércio e integração regional, transporte e conectividade, adaptação às alterações climáticas e mitigação da vulnerabilidade a desastres naturais.

A implementação deste programa será acompanhada por um roteiro estratégico, com o objetivo de alinhar políticas nacionais a iniciativas regionais e apoio internacional.