Abdul Gafur, presidente do Município da Matola-Rio, na província de Maputo, anunciou hoje a proibição da produção e comercialização de bebidas espirituosas conhecidas como “Xivotchongo”.
A medida entrará em vigor a partir da segunda-feira.
Durante a visita a uma fábrica local de bebidas, Gafur afirmou que a erradicação desta linha de produtos alcoólicos é essencial para a saúde e o bem-estar da comunidade, especialmente dos jovens. “É uma bebida acessível e barata, que está a criar problemas graves nas nossas escolas e nas ruas”, sublinhou o edil, referindo-se ao impacto negativo que a “Xivotchongo” exerce sobre a juventude.
O presidente declarou que muitos jovens estão a deixar de trabalhar devido ao vício, o que os leva a procurar actividades informais para sustentar o consumo da bebida. Gafur reiterou a necessidade de agir em relação à fonte de produção, afirmando que a autarquia trabalhará em conjunto com os vendedores da bebida. Aqueles que aceitarem colaborar, suspendendo as vendas, receberão apoio para atenuar os prejuízos financeiros.
“Vamos abrir uma linha de apoio para que estes vendedores não se sintam prejudicados. Queremos que continuem a fazer negócios, mas com produtos que não sejam nocivos”, explicou Gafur.
A autarquia já iniciou campanhas de sensibilização e os vendedores terão uma semana para abandonar a comercialização da bebida. A partir da segunda-feira, a Polícia Municipal intensificará a repressão contra a venda de “Xivotchongo”.
Os revendedores, por sua vez, mostraram-se dispostos a colaborar com a edilidade, comprometendo-se a cessar a venda. No que diz respeito às empresas produtoras, Gafur informou que a autarquia espera orientação do governo central. No entanto, a edilidade tem encorajado a retirada da produção dessa linha.
Joaquim dos Santos, da Apex Beverages, reconheceu a necessidade de interromper a fabricação da bebida. Embora tenha defendido que todas as bebidas alcoólicas podem ser prejudiciais à saúde se consumidas em excesso, concordou que a suspensão da produção é uma medida pertinente.
A empresa, que utiliza etanol de base agrícola importado do Reino de Eswatini na produção da “Xivotchongo”, procurará alternativas adequadas para o destino do stock existente. Santos mencionou que a empresa, que opera há apenas um ano, está em fase inicial e ainda deve determinar os impactos financeiros da recente decisão.
Esta medida surge na sequência da suspensão do governo à emissão de novas licenças para a produção de bebidas alcoólicas, uma ação que visa mitigar os efeitos do consumo excessivo de álcool e proteger a saúde dos cidadãos.