Internacional Justiça venezuelana acusa activista de direitos humanos de conspiração

Justiça venezuelana acusa activista de direitos humanos de conspiração

O Ministério Público da Venezuela anunciou a detenção da activista dos direitos humanos Martha Lía Grajales, que enfrenta acusações formais de incitamento ao ódio, conspiração com um governo estrangeiro e associação para a prática de delitos. 

Segundo a comunicação do Ministério Público, Grajales foi apresentada em tribunal e as acusações foram feitas dentro do prazo legal após a emissão de uma ordem de captura contra a activista, em virtude de acções consideradas prejudiciais às instituições venezuelanas e à paz da República.

O MP assegurou que, na sua função de guardião da justiça e dos direitos humanos, irá garantir o cumprimento das garantias de um devido processo consagrado na Constituição.

A detenção de Martha Lía Grajales, segundo a organização não-governamental Comité pela Liberdade dos Presos Políticos (Clippve), ocorreu na sexta-feira, após uma concentração de apoio a mulheres que foram alvo de ataques por grupos paramilitares. O incidente teve lugar em Los Palos Grandes, a leste de Caracas, após uma vigília em apoio a um grupo de 50 mulheres que, na semana anterior, foram atacadas por grupos armados ligados ao regime, enquanto se manifestavam junto ao Supremo Tribunal de Justiça.

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Volker Turk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, pediu a libertação imediata da activista, destacando que a sua detenção ocorreu após uma manifestação em Caracas a 08 de agosto. Turk enfatizou que a família e o advogado de Grajales devem ser informados sobre o seu destino e que os seus direitos humanos devem ser respeitados.

Na capital venezuelana, várias organizações não-governamentais têm exigido a libertação da activista. Em La Veja, a oeste de Caracas, dezenas de pessoas de diferentes organizações comunitárias reuniram-se na segunda-feira para manifestar apoio a Grajales, onde foi lido um comunicado que condenava a sua detenção e ressaltava o seu trabalho na defesa dos direitos das comunidades marginalizadas e dos jovens desfavorecidos.

A delegação venezuelana da rede internacional de diários de esquerda, La Izquierda Diario, informou que mais de 800 intelectuais e ativistas dos direitos humanos se uniram para exigir a libertação de Martha Lía Grajales, que é membro da organização Surgentes e uma destacada ativista dos direitos humanos.