A Administração Nacional de Estradas (ANE), através da sua delegação em Nampula, sublinhou a urgência de rever as normas de construção de infraestruturas rodoviárias e pontes, com o objectivo de torná-las mais resilientes face aos eventos climáticos extremos que têm afectado a província.
Mateus Espírito Santo, delegado da ANE em Nampula, expressou esta necessidade em declarações ao jornal Rigor.
De acordo com Espírito Santo, as infraestruturas rodoviárias da província não estão preparadas para suportar os eventos climáticos recorrentes que o país tem enfrentado, evidenciados pelos cortes de estradas e pontes nos últimos quatro meses, consequência dos ciclones Dikeledi, Chido e Jude. “Neste momento, estamos a fazer a reposição de emergência para garantir a transitabilidade. Mas, no futuro, teremos que fazer um estudo, de forma que se conservem os processos de construção que sejam adequados às mudanças climáticas”, afirmou o delegado.
O impacto das mudanças climáticas na infraestrutura é inegável, com Espírito Santo a destacar que os ciclos de chuvas se tornaram quase anuais e os danos resultantes destes fenómenos têm sido severos. “Os nossos parâmetros de dimensionamento das estradas têm que ser revistos. É esse esforço que o setor está a fazer”, acrescentou.
Durante o período crítico de ciclones, quatro dos onze troços rodoviários da província de Nampula ficaram com trânsito condicionado ou cortado. Entre as vias afetadas destacam-se a estrada Nampula-Namialo, Namialo-Rio Lúrio, no limite entre Nacarôa e Eráti, a estrada N104, Nametil-Angoche e Rapale-Mecubúri. Dentre estas, o troço Namialo-Namapa permanece com trânsito condicionado devido à destruição da ponte sobre o rio Monapo.