A Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS) pronunciou-se, na sexta-feira, sobre a paralisação de atividades anunciada para segunda-feira, dia 21 de outubro, pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, esclarecendo que não está associada a essa ação e alertando para as possíveis consequências que esta pode acarretar.
Florêncio Quetane, chefe do gabinete do secretário-geral da OTM-CS, sublinhou que a paralisação não tem qualquer vínculo com a agenda do sindicato. “É uma agenda dele que não tem nada a ver connosco. Nós não coordenámos com ele”, afirmou Quetane em declarações à agência Lusa. O dirigente sindical enfatizou que a convocação de greves deve respeitar a legislação laboral vigente, questionando a legitimidade de convocatórias de greves gerais por parte de figuras políticas.
O ponto de contenda reside na contestação que Mondlane faz aos resultados das eleições de 9 de outubro, que, segundo as comissões distritais e provinciais, favoreceram a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e o seu candidato presidencial, Daniel Chapo, que obteve mais de 60% dos votos. Venâncio Mondlane, como líder da oposição, considera que é necessário protestar contra o que considera ser uma injustiça eleitoral.
Em resposta, a OTM-CS fez um apelo aos trabalhadores para que compareçam aos seus postos de trabalho, advertindo que a ausência pode resultar em sanções, incluindo a marcação de faltas, descontos salariais e até processos disciplinares. Quetane reiterou que o sindicato não poderá defender os trabalhadores que faltarem, uma vez que a greve não foi convocada por eles.
Além disso, o dirigente sindical manifestou preocupação com os “prejuízos incalculáveis” que a paralisação pode provocar ao país, apelando ao diálogo entre as partes envolvidas. “Ninguém quer greve, mas também se não se resolver o problema dele, ele vai fazer greve”, concluiu Quetane, reafirmando a importância da comunicação e da negociação para a resolução de conflitos.
A situação continua a ser monitorizada, à medida que se aproximam os dias de protesto e as reações da comunidade laboral e política se intensificam.