A população da vila de Macomia, na província de Cabo Delgado, Moçambique, começou a regressar às suas casas nesta tarde, após relatos de que os terroristas que ocupavam a localidade haviam deixado a área, de acordo com fontes locais.
Os insurgentes abandonaram a vila de Macomia, que ocupavam desde sexta-feira de manhã, por volta das 14h00, dirigindo-se ao posto administrativo de Mucojo, levando os residentes a retornarem às suas residências.
Um morador, que passou as últimas 24 horas escondido nas matas, relatou que estão a caminho de casa depois de ouvirem que os rebeldes partiram em direção à vila de Mucojo.
Embora não se saiba se houve destruição de casas durante a incursão dos insurgentes, foram confirmados atos de vandalismo em lojas, com a retirada de produtos alimentares que foram distribuídos à população.
O Ministério da Defesa Nacional de Moçambique confirmou na sexta-feira um “ataque terrorista” à vila de Macomia, ocorrido durante a madrugada, assegurando que um dos líderes do grupo foi ferido pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e outro foi morto.
O presidente Filipe Nyusi confirmou o ataque à sede distrital de Macomia, explicando que ocorreu numa área antes controlada pelos militares da missão dos países da África Austral, que estão em retirada progressiva até julho.
Os confrontos na sede distrital começaram durante a madrugada, com os rebeldes aparecendo no centro da vila, vindos da estrada de Mucojo, relataram fontes locais à Lusa.
A vila de Macomia situa-se na estrada Nacional 1 (N1), que faz a ligação aos distritos mais ao norte, como Muidumbe, Nangade, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma, interrompendo a comunicação por terra com esses distritos. Desde outubro de 2017, a província enfrenta uma rebelião armada com ataques associados ao grupo extremista Estado Islâmico.