A Associação dos Pescadores Industriais de Moçambique expressou preocupação com a mineração de areias pesadas ao longo da costa moçambicana, especialmente em Pebane, na província central de Zambézia, considerada a área pesqueira mais produtiva do país.
Durante a abertura oficial da campanha de pesca de 2024, o representante dos Pescadores Industriais, Muzila Nhatsave, apresentou essa preocupação à ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Lídia Cardoso, em Maputo, na última quinta-feira (14).
Nhatsave destacou que a área é motivo de apreensão devido à sua produtividade. Ele mencionou as más experiências em distritos como Moma e Larde, onde a frota de pesca parou devido à escassez de recursos após o início da mineração.
Além disso, a Associação ficou ainda mais preocupada com a exploração de areias pesadas nos distritos de Chinde, Quelimane, Inhassunge, Namacurra, Maganja da Costa e Mocubela, todos em águas rasas da província de Zambézia, utilizando a técnica de dragagem, considerada prejudicial.
O representante dos pescadores alertou para o processamento das areias a bordo, com resíduos sendo devolvidos ao mar após processos físicos e químicos. Ele também mencionou danos ao ambiente, como perturbação de habitats, poluição das águas e perturbação da fauna marinha.
Essa atividade pode causar danos ambientais graves, incluindo a perturbação de habitats, erosão costeira e poluição das águas, prejudicando tanto o ambiente físico quanto o biótico.
A Associação enfatizou a importância das pescas como fonte de subsistência e renda para a maioria da população e alertou para as consequências sociais e políticas da escassez de recursos.
