79 agricultores foram presos por tentarem invadir o mercado de Rungis, na França. O mercado é um dos maiores centros de distribuição de alimentos do mundo e é responsável por abastecer a capital francesa e outras regiões do país.
Os agricultores estavam protestando contra o aumento dos custos de produção e a falta de apoio do governo francês. Eles alegam que estão sendo prejudicados pela guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos fertilizantes e dos combustíveis.
A polícia de Paris havia advertido que qualquer tentativa de bloquear o mercado de Rungis seria considerada uma “linha vermelha”. No entanto, os agricultores ignoraram o aviso e tentaram entrar no mercado à força.
Os manifestantes conseguiram entrar em alguns dos armazéns do mercado, mas foram rapidamente controlados pela polícia. A polícia informou que houve “danos” durante o protesto, mas não especificou quais foram.
O protesto dos agricultores é parte de uma onda de mobilizações que vem se espalhando por toda a Europa. Na Itália, Espanha e Alemanha, agricultores também estão protestando contra o aumento dos custos de produção.
O governo francês anunciou na quarta-feira um pacote de ajudas aos agricultores, mas os manifestantes alegam que as medidas não são suficientes.
O chefe da Federação Nacional dos Produtores Agrícolas Franceses (FNSEA), Arnaud Rousseau, disse aos senadores franceses que “há grandes expectativas” entre os agricultores que protestam na França. “Pode ser ainda maior do que imaginamos, com obviamente (…) questões que não podem ser resolvidas em três dias. Portanto, estou tentando fazer um apelo para a calma e a razão”.
No entanto, Rousseau advertiu que, se o governo não apresentar respostas “profundas”, o Salão da Agricultura, principal evento do setor que acontece no final de fevereiro, não será “um bom termômetro” para os políticos.
A FNSEA havia se distanciado da coordenação rural ao rejeitar a ideia de ir “fazer um protesto em Rungis”.