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Trump apela a eleitores do Iowa para enfrentarem o frio e “tirarem Biden” da presidência

O ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apelou aos eleitores do Iowa para enfrentarem o frio extremo e saírem de casa na segunda-feira para votar no “caucus” republicano e assim ajudarem a “tirar Joe Biden” da presidência.

Em discurso na pequena cidade de Indianola, Trump classificou Biden de “Presidente mais corrupto da história” e acusou-o de “destruir o país”.

“Queremos que vocês estejam todos amanhã nas assembleias de voto. Vai estar frio, mas hoje também está e mesmo assim temos esta sala cheia”, disse Trump, perante centenas de pessoas.

“Vistam-se com roupa quente, mas não se preocupem porque será tudo no interior dos edifícios e quem sabe, se estiverem solteiros, podem encontrar o vosso futuro parceiro lá”, acrescentou.

O Iowa enfrenta uma vaga de frio extremo que, combinada com ventos fortes e queda de neve, tem deixado os candidatos à nomeação republicana para a corrida à Casa Branca apreensivos, receando uma fraca afluência no “caucus” que decorre na segunda-feira.

No entanto, quando a sensação térmica no Iowa rondava os 40 graus celsius negativos ao início da manhã de hoje, já dezenas de apoiantes de Trump se alinhavam em fila à entrada de um colégio privado em Indianola para ver de perto o magnata, demonstrando estarem dispostos a enfrentar as gélidas temperaturas.

“Enfrentem o clima, saiam de casa e salvem a América. Vamos voltar a tornar a América grande outra vez”, apelou Trump.

Trump lidera as sondagens no Iowa com 48%, seguido pela ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley, com 20%, e pelo governador da Florida, Ron DeSantis, com 16%.

Não é expectável que os resultados saídos do “caucus” de segunda-feira se desviem destes números, sendo que a maior incógnita é sobre quem ficará na segunda posição.

O Iowa representa o primeiro grande teste à capacidade dos candidatos de comunicar com os eleitores, pelo que um bom resultado neste estado rural representará mais impulso e mais espaço mediático para o vencedor.

No seu último comício presencial antes do “caucus” do Iowa, Trump intensificou os ataques contra Nikki Haley, classificando-a como desleal, insuficientemente conservadora e despreparada para ser Presidente, mas também contra DeSantis, a quem apelidou de “DeSanctimonious”.

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Apesar dos ataques recorrentes contra rivais políticos, Donald Trump conseguiu hoje o apoio do governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que desistiu da sua candidatura presidencial pelo Partido Republicano no mês passado.

Pouco depois do comício, Trump recebeu outro apoio de um ex-rival: do senador Marco Rubio, da Florida, que ficou em terceiro lugar, atrás de Trump, nas primárias do Iowa em 2016.

O evento de campanha de Trump em Indianola ficou ainda marcado pelo protesto de jovens ativistas contra as alterações climáticas, que interromperam brevemente o discurso do magnata e acabaram expulsos da sala.

“Trump é um assassino do clima!”, gritaram os ativistas antes de serem retirados pelo serviço de segurança, enquanto eram vaiados pelos apoiantes do ex-Presidente, que entoavam: “EUA, EUA, EUA!”.

Donald Trump, favorito nas primárias Republicanas, desafia o consenso científico sobre as alterações climáticas e diz querer relançar a perfuração de hidrocarbonetos em grande escala em todos os Estados Unidos da América (EUA) se for eleito novamente em novembro.

Numa das suas primeiras decisões ao chegar à Casa Branca, em 2017, Donald Trump abandonou o acordo climático de Paris de 2015.

O apelo de Trump aos eleitores do Iowa para enfrentarem o frio extremo e saírem de casa para votar no “caucus” republicano é um sinal da sua determinação em voltar à Casa Branca.

Trump sabe que um bom resultado no Iowa seria um impulso importante para a sua campanha e que poderia ajudá-lo a consolidar a sua liderança nas primárias republicanas.

O ex-Presidente também está a tentar aproveitar a insatisfação de muitos eleitores com a administração de Biden, que está a enfrentar uma série de desafios, incluindo a inflação, a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia.

Os ataques de Trump a Haley e DeSantis são também um sinal de que o ex-Presidente não está disposto a facilitar a vida aos seus rivais.