Milhares de manifestantes israelitas bloquearam esta noite a principal estrada de Telavive e as principais estradas e cruzamentos do país em protesto contra a renúncia forçada do popular chefe de polícia da cidade.
Ami Eshed anunciou que estava a deixar a polícia israelita por pressão política.
O chefe da polícia teve regulares conflitos com o ministro da segurança nacional do país, Itamar Ben-Gvir, por este exigir que a polícia adotasse uma postura mais dura contra os protestos antigovernamentais, que duram há meses.
“Estou a pagar um preço pessoal intoleravelmente alto pela minha escolha de evitar uma guerra civil”, disse Ami Eshed.
Assim, milhares de pessoas bloquearam a estrada de Ayalon, muitos segurando bandeiras israelitas azuis e brancas, buzinando, dançando na rua e acendendo fogueiras.
A polícia, alguns montados a cavalo, tentou afastar a multidão, chegando a usar um canhão de água, segundo a Associated Press.
Num noticiário ao vivo, um motorista dirigiu o carro em direção a uma multidão de manifestantes, atingindo um homem, e acabou preso.
Dezenas de milhares de israelitas têm saído às ruas desde que o novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou, em janeiro, planos para reformar o sistema judicial do país.
Netanyahu, cujo julgamento por corrupção se arrasta há quase três anos, e os aliados do seu governo religioso nacionalista dizem que a reforma é necessária para controlar uma justiça excessivamente intervencionista e restaurar o poder aos eleitos.
Os críticos dizem que o plano levaria o país à ditadura ao concentrar o poder nas mãos de Netanyahu e aliados.
Netanyahu suspendeu a reforma em março, depois de protestos em massa quando tentou demitir o ministro da Defesa por contestar o plano.
Mas as negociações com a oposição política fracassaram em junho, e os aliados de Netanyahu avançaram novamente com o plano.