Moçambique continua em alerta máximo face a passagem do Ciclone Tropical Freddy que afectou mais de 57 mil pessoas para além da destruição parcial de 6810 casas e total de 780 escolas, unidades sanitárias, postes de transporte de energia eléctrica e ainda inundação de vastos campos agrícolas.
Há também o registo da destruição de infra-estruturas tais como mais de cem quilómetros da rede viária, com enfoque para diques e pontes. Nas províncias de Gaza, Inhambane e Sofala, algumas rodovias ficaram completamente intransitáveis devido as águas.
Aliás, o “Notícias” apurou que em nalgumas situações a transitabilidade está totalmente condicionada. Tais são os casos de algumas vias dos distritos de Chókwè, Guijá, Bilene e Chicualacuala, em Gaza.
A precipitação continua, também, a provocar a subida dos níveis dos rios. O rio Zambeze está a transbordar ameaçando o corte de estradas.
Agostinho Vilanculos, chefe do Departamento de Gestão de Riscos Hídricos, disse, no entanto, que a chuva abrandou a montante, criando condições para que as infra-estruturas hídricas ganhem capacidade de armazenamento.
Tranquilizou não haver perigo de cheias no país, não descartando, porém, a possibilidade de ocorrência de inundações isoladas, sobretudo nos campos agrícolas, situação que, segundo disse, é fácil de gerir.
“A situação dos rios Incomati e Umbeluzi é estável devido o abrandamento das chuvas nos países a montante e na província de Maputo, mas o Limpopo apresenta um cenário completamente contrário, com níveis altos, de cerca de 7.32 metros”, disse.
O Instituto Nacional de Gestão de Riscos de Desastres (INGD) continua a trabalhar na sensibilização de pessoas para se retirarem das zonas propensas a inundações, especialmente, nas baixas dos rios.
“Temos que intensificar a sensibilização por forma a que as famílias abandonem as zonas propensas. São vários sectores, estradas, saúde, agricultura, envolvidos nesta luta de salvar pessoas”, disse Paulo Tomás, porta-voz do INGD.
Acrescentou que as equipas estão em prontidão para dar respostas a todos os afectados, sendo que neste momento foram activados os comités de gestão de riscos de desastres a nível dos distritos que tem dado grande contributo, bem como a instalação de centros de acolhimento”, disse.
Actualmente, mais de 14 mil pessoas precisam de atendimento nos centros de acolhimento. Para a província de Inhambane, por exemplo, até ontem havia mais de mil pessoas, Sofala com 1500, Gaza com cerca de três mil e Maputo com mais de oito mil pessoas.