O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apresentou um défice de 7,4 mil milhões de meticais para a época chuvosa de 2022/2023, que poderá afectar cerca de 2,2 milhões de pessoas.
O número de pessoas a ser afectado pelas calamidades é “relativamente alto em relação à época passada”, referiu Luísa Meque, directora-geral do INGD, durante um encontro para avaliação e aprovação do plano de contingência da entidade.
Segundo a dirigente, o número previsto de afectados deve-se à “grande probabilidade de ocorrência de cheias de magnitude alta” e aos impactos ainda presentes da época chuvosa anterior.
“As famílias ressentem-se ainda dos impactos da época passada o que as torna mais vulneráveis”, frisou a responsável.
Na última época chuvosa, o valor necessário para fazer face aos efeitos indesejados era de cerca de dez mil milhões de meticais. Contudo, para a época actual, a quantia subiu para 12,5 mil milhões.
“Em termos de valores disponíveis para a época chuvosa 2022–2023, contamos com 5,1 mil milhões de meticais, que é o valor que será alocado ao INGD, tendo em conta as várias contribuições que foram feitas. Para este cenário, ainda temos um défice de 7,4 mil milhões de meticais, quantia que deverá ser mobilizada junto de vários parceiros de cooperação e da sociedade civil em geral”, avançou a responsável.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Abril e Outubro.
Na época chuvosa 2020/2021, o país foi assolado por eventos climáticos extremos com destaque para a tempestade Chalane e os ciclones Eloise e Guambe, além de outras semanas de chuva intensa e inundações.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o território.