Os transportes semi-colectivos de passageiros, vulgo “chapa”, continuam paralisados na cidade da Beira pelo terceiro dia consecutivo, os “chapeiros”, que pretendem, com esta iniciativa, pressionar o Município a autorizar a aplicação da nova tarifa.
Na segunda-feira, primeiro dia da paralisação, o presidente da Associação dos Transportadores da Beira (ATABE) acusou a edilidade de manobras dilatórias para não autorizar a entrada em vigor da nova tarifa e alegou falta de diálogo. A edilidade já respondeu às acusações e afirmou que é má-fé por parte do presidente da ATABE.
A vereadora para a Área dos Transportes, Flora Impula, explicou que, de acordo com a lei, depois da aprovação dos novos preços dos “chapas” pela Assembleia Municipal, o expediente deve ser enviado para o Ministério dos Transportes e Comunicações para a sua ratificação.
“Tal facto aconteceu no passado dia 17 de Junho e com conhecimento da associação dos transportadores, por isso achamos que eles estão a agir de má-fé ao promoverem a paralisação dos seus transportes, pois sabem que a autorização final para a entrada em vigor das novas tarifas não depende da edilidade. Estamos solidários com as dificuldades que estão a passar derivado dos custos de manutenção e combustíveis, mas é lamentável que este assunto seja tratado como se não houvesse abertura para diálogo da nossa parte. Aliás, na passada sexta-feira, num encontro com a direcção da ATABE, falamos sobre isso, mas, ontem, surpreenderam-nos com paralisação. Vamos continuar a articular com eles para resolver o problema de forma pacífica”, garantiu Flora Impula
Impula dirigiu-se, depois, de forma particular, ao presidente da ATABE: “É importante que ele tenha um jurista para lhe assessorar, para que não incorra a erros derivados da má interpretação da lei. As leis são dinâmicas, e temos que estar sempre atentos para evitar situações como estas”.
Enquanto a edilidade e a ATABE não se entendem, os utentes dos “chapas” continuam a enfrentar inúmeras dificuldades para chegarem aos seus destinos, percorrendo vários quilómetros a pé ou socorrendo a carrinhas de caixa aberta, vulgo “my love”, e táxis-mota.