A população de Mucojo, distrito de Cabo Delgado, norte de Moçambique, encontrou corpos decapitados de sete pessoas, incluindo uma criança de 3 anos, entre quinta-feira e sábado.
Residentes de Mucojo, as primeiras duas vítimas foram decapitadas na aldeia de Lumumua, onde iam em busca de água, outras duas foram assassinadas em Pankoma e as restantes três vítimas, incluindo uma criança, foram mortas na aldeia de Nagulue, a 10 quilómetros da sede do posto administrativo.
Suspeita-se que todos tenham sido vítimas de rebeldes, membros da insurgência armada na região, que desde julho está a perder terreno para as forças militares.
Alguns milicianos que estão naquela área deslocaram-se aos locais e referiram que os corpos encontrados em Nagule já estavam muito decompostos.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.