
Analista acredita que o vizinho de Moçambique está insatisfeito com o facto de o “bolo” todo do gás ter ido para Cabo Delgado. E alerta que, se não se garantir o “conforto” da Tanzânia, o conflito vai perpetuar-se.
O Presidente de Moçambique foi esta semana a Tanzânia procurar, com o seu homólogo, soluções para enfrentar um inimigo comum: o terrorismo.
“A Tanzânia está a dizer que prefere morrer connosco, não há outra alternativa. Foi isso que nós ouvimos e isso nos encoraja”, disse Filipe Nyusi depois do encontro com John Magufuli.
Contudo, a atuação deste ator, considerado absolutamente incontornável, é questionada, tanto no caso do apoio aos refugiados como no combate aos terroristas.
Será desta que Moçambique poderá, de facto, contar com o seu vizinho para viver em paz no norte?
O especialista em resolução de conflitos e políticas públicas Rufino Sitoe acredita que sim, “porque é uma cooperação projetada a partir do topo, o compromisso é maior quando é um Presidente a comprometer-se com outro”.
Sitoe explica: “Penso que pode haver ações mais enérgicas nesse sentido. É possível que consigamos ganhos estratégicos importantes na contra-insurgência com esta cooperação, é uma das cooperações mais importantes ao nível da contra-insurgência, para cortar a movimentação deste grupo, ao nível de logística, porque está provado que é por terra e por mar [que chega o seu material]”.