Pelo menos oito pessoas continuam desaparecidas nas vilas montanhosas próximas de Nice, em França, na sequência de violentas inundações que já causaram a morte de várias pessoas e destruíram estradas, pontes e a rede de fornecimento de eletricidade.
“Nunca tínhamos tido um fenómeno tão violento e localizado em lugares tão inacessíveis. É muito raro”, afirmou esta terça-feira o presidente do conselho de administração da elétrica Enedis, Marianne Laigneau, acrescentando que as inundações danificaram até a rede subterrânea.
As fortes chuvas que se fizeram sentir na sexta-feira na zona que faz fronteira entre o sudeste francês e o noroeste italiano obrigaram ao corte de estradas e pontes, deixando vilas completamente isoladas e destruindo várias habitações.
As inundações provocaram, segundo uma avaliação ainda provisória, a morte de quatro pessoas em França.
No sábado, tinham-se registado duas vítimas mortais em Itália – um bombeiro de 53 anos no Vale de Aosta e um homem de 36 anos cuja viatura havia caído no rio Sesia, na região transalpina de Piemonte.
No domingo, as regiões de Piemonte e Liguria, no noroeste de Itália, pediram ao Governo para decretar o estado de emergência, já que, só na região de Piemonte, é estimado que mais de 1.300 casas tenham sido afetadas pela tempestade.
Hoje de manhã, as autoridades francesas davam conta de oito pessoas desaparecidas e outras 13 “possivelmente desaparecidas”, já que os seus parentes ainda não tiveram notícias delas.
As chuvas torrenciais também mataram duas pessoas em Itália, a algumas centenas de quilómetros de Nice, no Vale de Aosta e em Piemonte.
De acordo com a responsável da Enedis, cerca de 15.000 casas ficaram sem eletricidade no auge do evento, mas a luz “foi restabelecida para todos os clientes cujo acesso é possível por estrada”.
“O problema continua nas vilas inacessíveis por estrada, mas cada uma foi equipada com um gerador. Cerca de 30 foram transportados inicialmente por helicópteros do exército e uma outra centena está para ser distribuída, explicou hoje a presidente da empresa.
“Quando essas vilas estiverem acessíveis por trilhos, poderemos fazer um reabastecimento temporário puxando cabos, mas, por enquanto, isso não é possível porque é necessário passar máquinas muito pesadas, como lagartas e guindastes”, explicou.