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Quarta-feira, Outubro 8, 2025
Internacional Covid-19: Argentina prolonga quarentena por três semanas

Covid-19: Argentina prolonga quarentena por três semanas

O presidente argentino anunciou nova extensão, por três semanas, daquela que é a quarentena mais prolongada do mundo e que chegará a pelo menos 184 dias, com especial preocupação com o interior do país, onde o coronavírus avança.

“Tomamos a decisão de prorrogar as medidas de cuidado, de isolamento sanitário e de distanciamento físico até 20 de setembro”, anunciou o presidente Alberto Fernández numa mensagem gravada.

Ciente do cansaço social depois de 162 dias de um isolamento iniciado em 20 de março, Alberto Fernández preferiu não se expor a uma conferência de imprensa e não usou o termo “quarentena” para se referir a uma nova extensão, a 11.ª, e que, desta vez, foi por três semanas, quando habitualmente os anúncios envolvem duas semanas.

O anúncio acontece quando o país passou, nos últimos três dias, a superar os dez mil contágios diários, registando, nas últimas 24 horas, o recorde histórico de 11.717 novos contágios, mesmo sendo o país que menos testes realiza na região, apenas à frente de Bolívia, Equador, Guiana e Suriname, respetivamente.

A Argentina tem agora 392 mil casos registados e 8.271 falecidos.

Retrato da situação

“Há 45 dias, 93% dos novos casos aconteciam na área metropolitana de Buenos Aires enquanto nas províncias (no interior) estavam 7%. Hoje, 37% do total acontecem nas províncias”, ilustrou o presidente para mostrar a sua preocupação com o rápido avanço do novo coronavírus pelo interior do país, onde “o sistema de saúde não é tão robusto”.

“Não nos podemos descuidar agora. O problema não é só Buenos Aires: está em todo o país Se nos relaxarmos, não há sistema de Saúde que aguente”, advertiu Alberto Fernández, quando já existem cidades do interior a atingirem a saturação do sistema.

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A área metropolitana de Buenos Aires, que compreende a cidade capital do país e mais dez municípios ao redor, dá sinais de estar sob controlo. O Distrito Federal tem 60% de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) enquanto, nos municípios ao redor, a média é de 66%. Com a situação estável na região mais densamente povoada do país.

Tensão política

O anúncio do presidente por um lado e do opositor governador do Distrito Federal por outro, quando nos dez anteriores anúncios estiveram juntos, evidenciou o clima de tensão política no país em que a rigidez da quarentena é motivo de discórdia.

O governador do Distrito Federal, Horacio Larreta, tem pressionado para se flexibilizar o regime, obtendo algumas permissões para a capital do país e apostando na responsabilidade civil.

“A partir de segunda-feira, vamos permitir a abertura de bares e restaurantes apenas com atendimento nas ruas e daremos mais espaço público para as mesas que deverão ter distância entre si e um máximo de pessoas”, anunciou Larreta, que prometeu ainda começar a retomar gradualmente os trabalhos de construção civil na cidade de Buenos Aires.

Além do setor gastronómico, o choque de visões entre Horacio Larreta e Alberto Fernández ficou evidente nesta semana a propósito de um plano que previa apenas o regresso às aulas de 6.500 dos 500 mil alunos da rede pública da cidade e que acabou rejeitado pelo Governo Federal.