A Polícia da República de Moçambique (PRM), em Sofala, acaba de deixar sem funcionar uma suposta rede de ladrões que, supostamente à noite, aterrorizava cidadãos em várias artérias da Beira, com destaque para a Casa dos Bicos, Maquinino e no bairro de Chaimite, locais onde a referida quadrilha despojava as vítimas dos seus haveres.
“Um dos grupos, há dias, deslocou-se a um estabelecimento comercial na Ponta-Gêa e através de instrumentos contundentes retirou seis cadeiras plásticas. O segundo grupo actuava no mercado do Maquinino, local onde roubava telemóveis com o objectivo de vende-los e também comercializava drogas pesadas mesmo à flor do dia. Já o terceiro, este actuava em viaturas, fazia-se passar de polidor de carros para subtrair bens nos carros das suas vítimas”, referiu Macuácua.
Para a corporação, a neutralização do referido clube de bandidos, cujos autos já foram lavrados, constitui um ganho não só do ponto de vista operativo, mas também social, tomando em conta que nas artérias supracitadas, os índices de criminalidade vão baixar.
Os sete indiciados apresentados ontem respondem pelos nomes de Nelson Nascimento Piter, de 22 anos de idade, Domingos António, 19 anos de idade, Edson Manuel, 18 anos de idade, Alfredo Amisse, 17 anos de idade, Chaquil Ezequiel, 23 anos de idade, Simão Chico, 23 anos de idade e Mateus Carlos, de 28 anos de idade.
Segundo soubemos, além de cinco telemóveis e seis cadeiras, os mesmos foram encontrados na posse de uma alavanca, suspeitando que era usada para arrombamento de portas. Também tinham em seu poder três panfos de heroína.
A nossa Reportagem teve a ocasião de dialogar com algumas vítimas de assaltos, os quais contactaram a 1ª Esquadra da PRM para reaver os bens roubados.
O objectivo de se terem feito lá era simples: tentar reconhecer e recuperar os seus pertences, sobretudo celulares e outros bens furtados.
Um jovem que preferiu identificar-se pelo único nome de Mohamed, contou que no dia 11 de Setembro de 2017, cerca das 19 horas, sofreu um assalto na área da Casa dos Bicos, quando se ia à Mesquita da Baixa. “Eram seis jovens, um trazia machado. Rasgaram-me a roupa, mas, felizmente, não conseguiram tirar o telemóvel. Recordo-me que cinco minutos antes, no mesmo local, os mesmos assaltaram duas senhoras e levaram dinheiro”, explicou Mohamed.
Ao se aperceber da neutralização dos bandidos, o repórter estagiário do “Diário de Moçambique”, Inoque Mirione, que na quinta-feira da semana passada, também foi vítima dos homens do alheio na Casa dos Bicos, numa operação em que acabou por ficar sem o seu telemóvel Smart Kicka, igualmente deslocou-se àquela Esquadra, mas a sorte não caiu do seu lado, pois dos celulares recuperados, o dele não constava.
No entanto, apesar do esforço da Polícia, em indiciá-los, os sete detidos “bateram com pés juntos ao chão” e negaram todas as acusações que pesam sobre eles.
Falando, quase que em coro, eles alegaram ter havido engano, por parte da corporação, aos lhes colocar atrás das grades, pois, segundo disseram, nunca cometeram nenhum crime. “Estamos aqui, embora não nos conheçamos, mas não cometemos nenhum acto ilícito. Eu, por exemplo, sou polidor de carros, e estou aqui porque o meu boss disse que desapareceu telemóvel no carro dele e dinheiro, quando eu estava a limpar a viatura. Não sou criminoso” .
Diário de Moçambique