A Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical (OTM-CS) fez uma contundente denúncia sobre a alegada perseguição aos seus líderes protagonizada por empresários moçambicanos e acusa o Governo de nada fazer para acabar com esta situação.
Os secretários dos comités sindicais são vítimas de despedimentos quando defendem os interesses da classe trabalhadora, precisou fonte da organização.
O presidente da OTM-CS, Samuel Matsinhe, que falava à comunicação social nesta sexta-feira depois da deposição de uma coroa de flores na Praça dos Heróis moçambicano por ocasião das celebrações do 41º aniversário da criação desta organização, disse que o patronato vê os sindicatos como inimigos e que por isso procura combate-los, perseguindo-os como se de um movimento opositor se tratasse.
“Há muitos dirigentes sindicais da base que estão a ser demitidos pelo patronato por defender os interesses dos trabalhadores e consequentemente os trabalhadores sentem-se intimidados sem representação e sem direitos”, disse, evitando mencionar nomes das empresas cujos líderes sindicais já passaram por esta situação.
Diz ele que o país está a atravessar um momento extremamente grave, particularmente para os trabalhadores em que no espaço para o exercício de sindicalismo está completamente minado e qualquer tentativa nesse sentido pode custar o emprego de alguém.
Samuel Matsinhe diz que muitas vezes estes fenómenos (perseguições dos sindicalistas) já foram denunciados ao Governo, através do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, mas, até agora nada foi feito para estancar este mal que frustra o movimento sindical.
“O Governo está a distanciar-se de exercer a função controladora e assegurar o cumprimento da legislação laboral. Estamos a verificar em muitas empresas, despedimento de trabalhadores sem justa causa”, frisou.
O presidente da Organização dos Trabalhadores de Moçambique-Central Sindical acusou ao patronato de não querer dar espaço para qualquer tipo de negociação ou diálogo com a massa laboral, culpando o Governo por essa atitude.
“A maioria dos empresários não se dispõe para o diálogo e o Governo quando não cumpre o seu papel de fiscalização nada se pode fazer porque a função do movimento sindical torna-se apenas apelativa”, vincou.
Despedimentos sem justa causa, criação de emprego precário, más condições de trabalho, falta de respeito para com os trabalhadores são, entre outros, “fantasmas” que apoquentam a classe.
Diário de Moçambique