Destaque Crise força encerramento de parques de venda de viaturas usadas

Crise força encerramento de parques de venda de viaturas usadas

A venda de viaturas usadas, importadas maioritariamente do Japão, transformou-se num grande negócio a partir do início do ano 2000, mas nos últimos dois anos há cada vez menos pessoas a comprar carros nos parques nacionais.

Não há registos oficiais, mas numa ronda que a nossa equipa de reportagem fez ao longo da avenida Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, constatou perto de dez “stands” encerrados.

O assunto é tido como sensível, por isso, os actores envolvidos na importação e venda daquelas viaturas não quiseram “dar a cara”. Aponta-se a diminuição do poder de compra das pessoas, por conta da crise financeira, a super valorização do dólar face ao metical e as elevadas taxas aduaneiras aplicadas pelas Alfândegas de Moçambique.

Uma viatura que estava a ser vendida a 140 mil meticais, hoje é vendida a 240 a 260 mil meticais. Se formos a ver, importando um carro do Japão, se antes estava a 2 000 dólares, hoje está a 1 900 dólares, estamos a falar de 1 900 multiplicado por 73 meticais, o custo actual do dólar, quando antes era por 35 dólares”, explicou um dos envolvidos no negócio.

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Quanto às Alfândegas, o grande problema apontado é a alegada aplicação de um câmbio acima do oficialmente estabelecimento pelo Banco Central, o que acaba se reflectindo no valor calculado da taxa a pagar, em função do valor de compra. Fora isso, os importadores queixam-se da reavaliação do valor das viaturas que as Alfândegas fazem com frequência, ignorando o declarado no local de proveniência, acabando também por encarecer os carros.

No que concerne ao parque automóvel nacional, aproxima-se a 700 mil veículos. Dados fornecidos pelo INATTER indicam que, até ao primeiro semestre 2016, existiam 450 mil veículos ligeiros, 150 mil pesados.

O País