Sociedade Fumo doméstico mata dez mulheres por dia em Moçambique

Fumo doméstico mata dez mulheres por dia em Moçambique

Em Moçambique morrem diariamente dez mulheres por inalarem fumo produzido em actividades domésticas, de acordo com as informações dadas pela organização não governamental, Livaningo criada para a melhoria de vida das comunidades de baixa renda.

Deste modo, o órgão organizou uma marcha com objectivo de promover o uso de energia limpa e a redução do uso da lenha e carvão, que de alguma forma poderão reduzir a poluição do ambiente.

De acordo com o coordenador de programa na área de energia e mudanças climáticas na Livaningo, Domingos Panguene o projecto visa incluir, mobilizar e sensibilizar a juventude e a sociedade no geral, a usar e não só optar por novas alternativas na cozinha doméstica.

Panguene disse ainda que em Moçambique , mais de 75 por cento da população depende fundamentalmente de energias de biomassa para cozinhar, lenha, carvão, embora isso tenha custos económicos, sociais e ambientais.

“Se repararmos para o custo ambiental, as florestas estão a acabar , por isso que a lenha e o carvão que a cidade de Maputo usa advém de  aproximadamente 400 quilómetros pois as matas mais próximas já estão devastadas”, referiu.

O coordenador foi mais longe ainda ao afirmar que a destruição massiva das florestas e a longa distância dos principais centros de produção encareceram o custo de carvão, que nos últimos quatro anos elevou-se acima dos 200 por cento.

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“No ano de 2011 o saco de carvão de 60 quilogramas era comercializado a 400 meticais, todavia nos últimos dias registou uma subida para 850 a 1200 meticais. A Livaningo aparece para demonstrar que o uso de fogões melhorados é uma das alternativas de redução da vulnerabilidade da população”, disse.

A fonte reiterou que um dos grandes desafios na área de mudanças climáticas é o acesso a energia limpa e sustentável na medida em que a principal causa do fenómeno são as emissões provocadas, em grande parte, por grandes indústrias e a destruição das florestas.

Panguene revelou ainda que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que nos últimos cinco anos a poluição doméstica matou mais do que a malária, quer dizer, pouco mais de sete milhões de pessoas morreram em África e na Ásia.

Entretanto a Livaningo implementou um programa em 2011, no âmbito da promoção de energias renováveis, no que concerne às mudanças climáticas, sendo que Moçambique ocupa o sexto lugar na lista dos países vulneráveis.