Trata-se, segundo dados do IDPPE, de um projecto suportado financeiramente pela FIDA que desembolsou 21.1 milhões de dólares do fundo da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em 13.5 milhões, da União Europeia em 4.6 milhões e do governo de Moçambique em 1.1 milhões e outros 3.2 milhões de dólares americanos, cuja implementação para o caso de Pemba, está dependente das consultas comunitárias para a elaboração de um plano de acção, de forma participativa, pois, as actividades serão identificadas e priorizadas a nível local.
Para o efeito, participaram na consulta comunitária de Pemba e Pemba-Metuge, diferentes intervenientes da actividade piscatória, desde pescadores, processadores, comerciantes de pescado, recolectores, carpinteiros navais e representantes de diferentes instituições que, de diversas formas, exercem aquela arte.
Falando na abertura do encontro, o director de Saúde de cidade de Pemba, Miguel Maziwa, em representação do administrador distrital, disse esperar do encontro um plano de acção concreto e consensual.
Maziwa fez saber que para o sucesso do projecto, a estratégia adoptada assenta numa abordagem participativa, envolvendo todos intervenientes nas diferentes fases de implementação do mesmo. Disse, por outro lado, que as consultas têm por objectivo a identificação de pontos fracos, fortes e oportunidades que visem a elaboração de um plano de acção.
“Esperamos que em resultado deste seminário, seja elaborado um plano de acção concreto e consensual, cuja implementação venha dinamizar a actividade pesqueira e os resultados se façam sentir na vida da população desta região da província. As actividades de pesca têm contribuído, sobremaneira, na melhoria das condições de vida e garantia alimentar e nutricional da nossa população”-considerou Maziwa.
Num outro desenvolvimento, Maziwa disse que o governo, na sua estratégia de combate à pobreza, continua a privilegiar a actividade da pesca como um dos sectores-chave para o desenvolvimento económico. Afirmou que, ao nível da cidade de Pemba, o sector das pescas vem realizando um conjunto de acções, com destaque para a transferência de novas tecnologias, facilitação no acesso ao crédito, construção de mercados, estatística e investigação pesqueira, entre outros.
Ainda de acordo com dados do IDPPE, o projecto ProPESCA tem a duração de sete anos (2011 a 2018). As estratégias usadas durante a vigência serão a cobertura de toda a costa, sobretudo em 26 pólos de crescimento previamente identificados, optimização de cadeia de valor, providenciar financiamentos através de instituições bancárias, implantação de infra-estruturas de mercado de primeira venda, reabilitação de estradas, electrificação rural, entre outros.
Segundo o censo de pesca artesanal de 2007, existem, na província de Cabo Delgado, 21.521 pescadores, dos quais 14.261 possuem 197 centros de pesca e 4.764 artes de pesca. Ainda de acordo com o mesmo recenseamento, na baía de Pemba e em Pemba-Metuge há 3.981 pessoas que praticam a actividade piscatória.
Jornal Noticias