A garantia foi dada, ontem, pelo presidente do Município de Maputo, David Simango, durante um comício popular realizado no bairro Chamissava, no âmbito da presidência municipal aberta àquela zona, que iniciou quinta-feira.
A falta de clareza quanto ao destino a ser dado aos residentes abrangidos pelo traçado da estrada que liga aquele distrito ao posto administrativo da Ponta do Ouro, distrito de Matutuíne e as constantes avarias das viaturas da Empresa Municipal de Transportes (EMTPM), são algumas das várias preocupações apresentadas pela população.
A população diz que o problema da falta de água potável é antigo e as estruturas locais não conseguem resolver, apesar de haver novos investimentos privados na área de abastecimento daquele precioso líquido.
“A nossa maior preocupação tem a ver com a falta de água potável, o que faz com que sejamos propensos a doenças endémicas como cólera. Bebemos água de poços feitos por nós mesmos, e muitas vezes temos que partilhá-la com rãs”, disse Ernesto Timbane, residente no bairro de Chamissava.
Outra inquietação que tira sono aos residentes dos bairros de Guachene, Chamissava e Inguide, nas zonas por onde passa a estrada Ka Tembe-Ponta do Ouro, é o facto de não saberem do projecto e ainda outros afirmam ter sido surpreendidos por demarcações que dão a entender que deviam abandonar as suas casas.
“Apareceu uma comissão de inquérito que depois de nos inquirir e demarcar nossas residências não mais apareceu. Ficamos sem saber quando é que devemos sair e para onde vamos. Acho que devíamos ser informados sobre isso porque não sabemos que oportunidades de emprego existem para nós residentes ou se seremos reassentados”, disse Saúl Júlio, de Inguide.
Em resposta às preocupações da população, Simango comprometeu-se a trabalhar com as autoridades locais com vista a encontrarem soluções dos problemas apontados, mas com base na participação inclusiva.
“Durante os dois dias de visita ao distrito tive oportunidade de verificar que houve avanços significativos nas mais diversas áreas sociais. De facto temos problemas de falta de água, onde actualmente a rede de abastecimento cobre apenas 39 por cento mas esperamos que, em dois meses, o líquido possa chegar a 60 por cento dos residentes”, avançou aquele dirigente municipal.
No que concerne à falta de energia eléctrica, um fenómeno preocupante, é o facto de os residentes recorrerem a paus finos para ligarem energia, pondo em risco a segurança das instalações da rede, facto que acontece com conivência dos funcionários da Electricidade de Moçambique (EDM).
Simango, que escalou os bairros de Guachene, Incassane, Chali, Chamissava e Inguide, manteve encontros com membros do Conselho Consultivo local, visitou as obras de reabilitação e ampliação da morgue do Hospital Distrital Ka Tembe e empreendimentos no âmbito do Fundo de Redução da Pobreza Urbana.
Jornal Noticias