Sociedade Meio Ambiente 3º Dia de Greve – Governo sem capacidade para mais reajustes salariais

3º Dia de Greve – Governo sem capacidade para mais reajustes salariais

No caderno reivindicativo apresentado ao Governo a AMM exige um aumento salarial de 100 por cento, o incremento do subsídio de risco de 10 para 35 por cento, a aprovação do Estatuto do Médico e a atribuição de residências aos profissionais afectos longe das suas zonas de origem.

Numa primeira resposta pública às reivindicações por detrás da greve convocada pela AMM, e que entra hoje no seu terceiro dia, o Governo sublinha que os salários pagos ao pessoal da Saúde e outros funcionários do Estado resultam dos impostos dos cidadãos e que não pode recorrer a dívidas com parceiros para suportar aquela despesa.

Falando ontem em conferência de imprensa na capital do país, António Tchamo, director de Recursos Humanos no Ministério da Função Pública, explicou que o reajustamento salarial em 15 por cento recentemente decretado para a classe médica resulta da implementação do memorando de entendimento rubricado entre o Governo e a AMM em Janeiro último, cujo alegado incumprimento é apontado pelos médicos como mote da greve.

Relativamente à aprovação do Estatuto do Médico o Executivo diz que o documento já foi depositado na Assembleia da República, órgão a quem compete agendar o seu debate e posterior aprovação.

3º Dia de Greve - Governo sem capacidade para mais reajustes salariais

Todavia, a AMM reafirma que só vai levantar a greve depois que as suas reivindicações forem satisfeitas. Segundo a agremiação, com uma melhor gestão dos recursos disponíveis o Governo pode responder melhor às exigências que, sendo agora colocadas pela classe médica, correspondem a uma preocupação que afecta a muitos moçambicanos.

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Enquanto isso, ontem, segundo dia da greve, as unidades sanitárias estavam a funcionar um pouco por todo o país, apesar das dificuldades ditadas pela ausência de alguns profissionais. Esta situação, conforme testemunhou a nossa Reportagem, era particularmente mais notória na cidade e província de Maputo, regiões onde se concentra o maior número da população, de unidades sanitárias e, consequentemente, de profissionais do sector da Saúde.

Sobre isso, o Ministério da Saúde denunciou a existência de indivíduos que se aproveitam da greve para impedir o funcionamento das unidades sanitárias, referindo-se a casos de unidades que terão sido encerradas com recurso a cadeados por indivíduos mal-intencionados para impedir o acesso dos que pretendem trabalhar.

Francelina Romão, porta-voz do MISAU, disse que estes focos de desestabilização estavam centrados em unidades sanitárias das cidades de Maputo e Matola, onde portas de estabelecimentos hospitalares terão sido ostensivamente trancadas e as chaves levadas por desconhecidos para destinos incertos.

Ainda assim, segundo a fonte, na maior parte das províncias o impacto da greve continuou até ontem em níveis longe do desejado pelos promotores devido à fraca adesão dos profissionais da Saúde e ao accionamento do plano de contingência desenhado pelo MISAU.

Jornal Noticias