O Primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, anunciou ontem que o governo já concessionou as obras de construção do porto de águas profundas de Techobanine, no distrito de Matutuíne, na província de Maputo.
Vaquina, que falava durante a 3ª Conferência Anual do Porto de Maputo, não revelou o nome da entidade que vai executar as obras de construção do porto, mas sabe-se que o mesmo deverá estar concluído em 2015.
O projecto está orçado em mais de sete biliões de dólares, que serão desembolsados pelos governos de Moçambique e Botswana.
″O Complexo Portuário de Techobanine visa a construção, de raiz, de um porto de águas profundas para navios de grande calado, complementando o Porto de Maputo, bem como a construção de uma linha férrea ligando Techobanine ao Botswana, via Chicualacuala e Zimbabwe e um complexo industrial″, sublinhou.
O Complexo Portuário terá uma capacidade instalada para manusear 100 milhões de toneladas por ano e poderá constituir uma importante reserva estratégica regional de combustíveis e uma infra-estrutura ideal para exportação de minerais diversos de países como Botswana, Africa do Sul, Zimbabwe, entre outros.
″A implantação do Porto Techobanine constitui um desafio ao nosso sector de Educação, particularmente no ensino técnico profissional, que deverá assegurar a formação de quadros para integrar o sector portuário”, explicou.
O Porto de águas profundas de Techobanine reveste-se de uma importância estratégica, devido ao seu potencial para servir toda a região da África Austral.
Para além de atender ao Botswana, que pretende encontrar uma saída mais rápida para o escoamento dos seus minérios, particularmente o carvão, a infra-estrutura deverá servir outros países, como a África do Sul, a Suazilândia e o Zimbabwe.
Para que o projecto se torne viável, o mesmo deverá manusear no mínimo 43 milhões de toneladas de carga por ano e que já foram identificadas ao longo do percurso da linha férrea.