Como actividades de seguimento, aquela instituição definiu a continuação da identificação de outras crianças, seu mapeamento e monitoria, não apenas naqueles dois importantes centros urbanos da província de Nampula, mas também noutras zonas onde o fenómeno de criança de rua esteja a despontar.
Para alcançar estes objectivos, o Departamento de Acção Social, vai potenciar a criação de novas parcerias na área de assistência à criança, o seu enquadramento no processo de ensino e aprendizagem, em coordenação com o sector da Educação, para além da implantação de um banco de dados para rastrear o número de petizes vivendo na rua.
Contudo, Ahate Dauto, aponta a insuficiência de recursos financeiros com que a instituição se debate para fazer face à assistência e reunificação familiar das crianças de rua que, na sua maioria, mostram a sua disponibilidade em voltar ao convívio familiar.
O transporte para assegurar o acompanhamento destes petizes apôs a sua reunificação nas respectivas famílias ou substitutas, também tem sido um grande embaraço, aliado à falta de documentação das crianças, facto que, nalgumas vezes, dificulta a sua integração escolar, mesmo depois do seu encaminhamento aos familiares.
Na cidade de Nampula, por exemplo, foram identificados os principais locais onde existe maior parte de crianças na rua, nomeadamente no Jardim Parque Popular, a zona dos Bombeiros, Padaria Nampula, no Hotel Girassol, no supermercado Recheio e nos mercados Central e do Belenenses, cujas idades variam entre sete e 17 anos, desenvolvendo actividades diversas como a lavagem de carros, carregamento de bagagens ou venda de produtos consumíveis.
Maioritariamente, as crianças inqueridas sobre quais sãos as principais razões que as levam a abandonar os respectivos lares, apontam a orfandade, conflitos conjugais, desvio de bens nos seus lares, elevado número de agregado familiar e pobreza, para além de maus tratos.
Um facto curioso deste trabalho de identificação destas 96 crianças que viviam maior parte na rua, 37 afirmam mostrar interesse em voltar aos respectivos lares, enquanto outras 49 querem regressar aos bancos da escola, tendo em conta que o nível de escolaridade varia entre 1ª e 7ª classe, cuja sua permanência na rua alterna entre três a mais de seis meses.