Mohomed Yunuss, presidente da AICAJU, disse em entrevista ao “notícias”que, o desempenho dos produtores de castanha das duas províncias, consideradas potenciais produtoras do país, foi afectado por problemas de natureza climatéricas, principalmente em Cabo Delgado.
“Feitas as contas, depois do término oficial da campanha de comercialização, constatamos que estamos perante um défice de 5.600 toneladas de matéria-prima, todavia não estamos desalentados porque esperamos socorrermo-nos da castanha produzida para além da Zambézia, mas também de Gaza e Inhambane”-explicou.
As treze unidades de processamento da castanha de cajú, maior parte delas (em número de doze), estão localizadas na província de Nampula, considerada maior produtora do país.
Segundo as estimativas da AICAJU, pouco mais de doze mil trabalhadores poderão ser empregues nas referidas unidades de processamento, facto que constitui uma mais-valia para a melhoria da renda das famílias das regiões onde estão implantadas as fábricas.
De referir que na campanha 2012/13, a comercialização da castanha de caju que foi lançada pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, foi processada num ritmo extremamente acelerado, facto motivado pelo aumento do preço praticado pelos compradores.
A comercialização havia arrancado com a fixação do preço de oito meticais/quilograma, valor que acabou sendo considerado baixo pelos produtores, levando-os a “congelar” a sua produção nos celeiros. Tal realidade acabou deixando os industriais e comerciantes “encurralados”, sem saída para aqueles que acabaram por aumentar o preço de compra, para 12 meticais.
Segundo o instituto de Caju (INCAJU), a meta atribuída para a província de Nampula foi de 40 mil toneladas, sendo que 33.600 eram para a indústria e as restantes quantidades para exportação.
Mohome Yunuss reconhece que a actual tecnologia em uso nas unidades de processamento da castanha de caju, esta longe de fazer aproveitamento da castanha de caju e dos seus derivados, como forma de dar valor acrescentado ao produto. Neste momento, apenas se faz o aproveitamento da amêndoa, o mesmo não acontecendo em relação a maçã, casca, película entre outros, daí que seja necessário importar novas tecnologias para que este aproveitamento seja realidade.
O presidente da AICAJU elogiou o comportamento dos produtores que, ultimamente, abandonaram o hábito de ferver a castanha (para acelerar a secagem e colocar rapidamente no mercado), prática que lesava sobremaneira aos industriais e exportadores por causa das consequências colaterais daquele tipo da castanha (que ficava com a amêndoa afectada em qualidade e peso depois de completamente seca).
Sobre a banca, que em algum tempo se mostrava “reticente” em financiar aquele ramo de actividades, AICAJU também diz que o relacionamento melhorou sobremaneira.